quinta-feira, 6 de outubro de 2011

É tempo de plantar e resistir!

Visita às famílias que preservam as sementes com carinho
por Oldi Helena Jantsch*

A alegria e a tranqüilidade das famílias que preservam a Biodiversidade, pois tem alimentos garantidos, com qualidade e segurança alimentar.
Não são dependentes de empresas que vem mandar no que eles tem que fazer ou não fazer.
O grande saber destes camponeses e camponesas que sabem observar atentamente todas as coisas da natureza como, sol, lua, água, terra e plantas. Conhecimento milenar. Também o aproveitamento dos potenciais da propriedade.
Me preocupo por que este saber está ameaçado! Ameaçado pelas sementes transgênicas que estão entrando de cheio em muitas regiões, especialmente o milho. Quem vai assegurar o direito que estes camponeses tem de continuar plantando suas sementes crioulas sem contaminação?
Por isso digo que nossa luta em defesa das sementes crioulas é uma luta árdua e da qual não podemos arredar o pé. Uma coisa de suma importância é garantir a continuidade, ou seja, jovens assumindo o trabalho da preservação e multiplicação das sementes crioulas e agregando renda. Fazer como diz o professor Rubens Nodari, “ligar sementes crioulas com comida, daí teremos sabor e nutrição”.

*Oldi Helena Jantsch (Tiririca) é Campesina atuante na Pastoral da Terra (CPT) da Diocese de Santa Cruz do Sul-RS.
Outubro de 2011

2 comentários:

  1. Parabéns, companheira Tiririca, pelo belo texto. Suas palavras são como sementes crioulas, preservadas pela sabedoria.

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  2. Embora concorde com o valor das sementes crioulas como um patrimônio dos brasileiros, discordo em fazer uma ligação direta entre sementes crioula e sabor ou qualidade (nutricional ou fitosanitária). Isso nada tem a ver com o fato da semente ser crioula ou não, e sim da prática agrícola. O brasileiro comsome feijão de alta qualidade, limpo de doenças e de excelente sabor, o qual é em grande parte produzido a partir de sementes melhoradas. Estes grãos vem dos campos tanto de pequenos quanto de grandes produtores. O mesmo se pode dizer do milho ou do arroz. Mesmo em áreas onde prevalecem os pequenos produtores, é comum a distribuição e uso de sementes melhoradas (híbridos ou, mais comumente, variedades). Estas variedades melhoradas são, depois, mantidas da mesma forma que as sementes crioulas.

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