segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A bactéria e os produtores orgânicos

Em resposta ao sr. Evandro Finkler (Do leitor de 4/10/11), a Articulação de Agroecologia do Vale do Taquari - AAVT - vem dizer o seguinte: a bactéria que causou mortes na Alemanha é uma variante letal da conhecida Escherichia coli que existe, inclusive, na flora microbiana do trato intestinal de humanos e da maioria dos animais de sangue quente. Um surto de uma bactéria nociva pode vir de qualquer lugar, tudo depende da higiene que é utilizada no processamento. Normalmente a Escherichia coli não é tão letal e pode ser combatida facilmente com antibióticos. Assim, o que realmente deve ser investigado é de onde veio essa cepa tão virulenta da bactéria. E a resposta será encontrada bem distante da produção orgânica.
A produção convencional de grandes fazendas de confinamento de animais nos Estados Unidos só é possível mediante doses diárias de antibióticos na ração, pois os animais são criados muito próximos uns dos outros e dos seus próprios dejetos. O desenvolvimento de bactérias resistente a antibióticos ocorre com freqüência, como pode ocorrer em hospitais. Assim, a mais provável origem de bactérias desse tipo estão no extremo oposto à produção orgânica onde, inclusive, o uso de antibiótico é restrito.
Por outro lado, não podemos continuar com o uso de agrotóxicos como está ocorrendo no Brasil onde, em média, é gasto 5,2 litros por ano para cada habitante. A ANVISA tem comprovado que em muitos alimentos os resíduos de agrotóxicos estão acima do permitido e isso causa, sim, problemas à saúde de quem os consome.
A necessidade de cuidados no uso de dejetos animais na agricultura é bastante evidente. Não deixemos que fatos como o ocorrido na Europa sejam deturpados para servirem a interesses outros do que precisamos: uma produção orgânica responsável e bem conduzida tecnicamente.
Articulação de Agroecologia do Vale do Taquari

Nenhum comentário:

Postar um comentário