sábado, 31 de dezembro de 2011

Que possamos bem viver 2012

Nossa gratidão aos irmãos e irmãs, companheiros e companheiras de caminhada que em 2011 se somaram nas lutas assumidas pela CPT em defesa dos pobres da terra.
E que possamos continuar caminhando juntos em 2012, preservando os direitos das pessoas, da terra e da vida.
Que o Ano Novo seja iluminado com a luz da fé e pautado pela consciência critica que constrói um mundo salutar. Que possamos bem viver 2012.
CPT do Rio Grande do Sul

sábado, 17 de dezembro de 2011

Carta ressalta incoerências do novo Código Florestal



O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, uma coalizão de ONGs socioambientais, distribuiu uma carta aberta a parlamentares analisando em profundidade o texto da proposta de reforma do Código Florestal.

Por Fernanda B. Mûller, do Instituto Carbono Brasil
Votado pelo Senado Federal no último dia 6 de dezembro, o Projeto de Lei Complementar30/2011, defendido arduamente pela bancada ruralista, voltou à Câmara dos Deputados para análise das mudanças.
Nesta terça-feira (13), as alterações propostas pelo Senado ao texto do novo Código Florestal (EMS 1876/99) dificultaram o acordo para viabilizar a aprovação da proposta ainda neste ano pela Câmara. Os líderes decidiram marcar para 6 e 7 de março a votação do Código Florestal na Câmara.
“Não podemos votar um projeto de lei sem saber sua abrangência e as exigências que vai impor aos agricultores desse país”, disse o deputado Ronaldo Caiado(DEM-GO), dando indicações do caminho que o PLC ainda pode tomar.
A carta aberta das entidades brasileiras destaca justamente que o projeto somente deveria ir a voto após resolvidos os problemas existentes no texto e que o seu "conteúdo é injusto e contrário aos interesses da sociedade brasileira". As ONGs não aceitam nenhum dos dois textos (da Câmara e do Senado), aprovados no Congresso Nacional.
Uma grande preocupação é que os Deputados retomem o texto aprovado inicialmente na Câmara, cujo retrocesso socioambiental é ainda mais marcante.
“O texto aprovado na Câmara dos Deputados no dia 24/05/2011 refletiu o pouco aprofundamento do debate e a opção por uma visão unilateral diante da falsa polarização entre agricultura e conservação ambiental”, explicam as ONGs.
Na carta,as entidades denunciam que o PL aprovado no Senado segue com a anistia a desmatadores, reduz pela metade a necessidade de recuperação de áreas de preservação permanente, diminui a vegetação nativa em todo o Brasil, além de facilitar a ocupação em áreas de risco, como encostas.
“O texto ainda segue recebendo duras críticas de juristas, da ciência, da sociedade e de diversos setores especializados nos temas fundamentais que o Código altera”,justifica a carta.
“Apesar dos apelos de inúmeras entidades do Poder Público, como Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Sociedade Civil, como CNBB e SBPC, dentre outras, a sociedade brasileira foi desconsiderada em todas as quatro comissões pelas quais o PLC 30/2011 passou no Senado”.
Protestos
Em outra frente de reação em defesa das florestas, estudantes acampam em frente ao Congresso Nacional. Desde o dia 6 de dezembro, o gramado da Esplanada dos Ministérios ganhou mudas de árvores e os estudantes fazem vigília em torno da plantação,que foi retirada pela polícia legislativa.
Após a aprovação do Projeto de Lei na Câmara e no Senado, o objetivo do Comitê Universitário em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável e outros participantes do acampamento é o veto da presidenta Dilma Rousseff ao texto. Além disso, eles pretendem chamar a atenção do governo e da sociedade para as consequências danosas que o texto do projeto de reforma do Código Florestalt rará ao país.
Ao mesmo tempo em que o protesto acontece com faixas, gritos e palavras de ordem, ele também se dá como espaço de formação e debate. São promovidos encontros, oficinas, saraus, aulas abertas e rodas de conversa (Saiba mais)
No dia 29 de novembro, o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável entregou oficialmente 1,5 milhão de assinaturas contra o projeto na Presidência da República em Ato Público.
Fonte: Carbono Brasil - EcoAgência

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

CPT divulga dados parciais dos Conflitos no Campo Brasil de janeiro a setembro de 2011

Os dados são parciais
1º - porque são os que chegaram ao conhecimento do setor de documentação da CPT neste período. Existem inúmeros casos de conflitos e de violências contra os trabalhadores do campo que não chegam ao conhecimento, nem dos agentes da CPT, nem dos veículos de comunicação.
2º - São parciais, também, porque ainda não chegaram ao Setor de Documentação os dados de alguns regionais da CPT, que os repassam nas vésperas da divulgação do relatório anual.
3º - São parciais, ainda, porque em alguns casos, por exemplo, de assassinato, não estão ainda claros os motivos do crime e se aguardam novas informações. Enquanto isso o caso não é incluído no Banco de Dados da CPT.
Violência renitente
Os números relativos a janeiro a setembro de 2011, indicam uma redução geral de conflitos – redução de 777, em 2010, para 686, em 2011, -12%. Mas a queda não esconde que a violência se mantém e firme. Faz parte da estrutura agrária do país. Este número refere-se ao conjunto de conflitos que a CPT registra: por terra, por água e trabalhistas, no campo.
Individualizando cada categoria de conflito, os conflitos por terra se reduziram de 535, em 2010, para 439, em 2011. Os conflitos por água de 65, em 2010, declinaram para 29, em 2011. Já os conflitos trabalhistas, concretamente o trabalho escravo apresentou elevação. Em 2010, neste período, foram registradas 177 denúncias de trabalho escravo, em 2011 este número se elevou para 218.

Assassinatos ganharam repercussão
Os assassinatos de trabalhadores, no período de janeiro a setembro de 2011, somam 17, 32% a menos que os assassinatos em igual período de 2010, 25. Como sempre a região Norte lidera, com 12 trabalhadores mortos, 9 só no Pará.
Até novembro o número de assassinatos registrados, em 2011, soma 23, enquanto que em 2010 haviam sido 30.
Mesmo com número menor de mortes, a repercussão dos assassinatos neste ano foi muito maior. Dois motivos principais podem explicar esta repercussão:
1º - Diversas destas lideranças estavam empenhadas na luta pela defesa das florestas e do meio ambiente.
2º - O primeiro assassinato que teve maior repercussão, o do casal Maria do Espírito Santo e seu esposo José Claudio Ribeiro da Silva, no Pará, ter acontecido no mesmo dia em que era aprovado na Câmara dos Deputados, o novo Código Florestal. A eles se seguiram o de Adelino Ramos, em Rondônia, um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara. E o terceiro, já no final do ano, no Mato Grosso do Sul, do Cacique Nísio Gomes.
Pelo menos 8 das mortes estão diretamente relacionadas com a defesa do meio ambiente. Outras 4 se relacionam com comunidades originárias ou tradicionais: 2 mortes são de quilombolas e 2 de indígenas.
Ameaças de morte se concretizam
Um dado que apresenta um crescimento elevado é o de pessoas ameaçadas de morte. Em 2010, houve o registro de 83 pessoas ameaçadas, já em 2011, este número se elevou para 172, 107% a mais. Esse crescimento exponencial é reflexo das ações que se desenvolveram, após os assassinatos de maio. Nesta ocasião a CPT apresentou à Secretaria de Direitos Humanos do governo Federal, a relação dos ameaçados de morte nos últimos dez anos, destacando que as ameaças haviam se concretizado efetivamente em 42 casos. Esta informação é que foi veiculada com insistência. A partir daí afloraram notícias de muitas ameaças, que de tão corriqueiras, eram encaradas por muitos como normais. Com um levantamento mais acurado chegou-se ao número de 172. É de se considerar que este registro refere-se a ameaças ocorridas em 2011, não a ameaças de anos anteriores.
Mas importa destacar que das 23 pessoas assassinadas até novembro de 2011, 9,39% já haviam recebido ameaças, ou em anos anteriores, ou neste mesmo ano. A maioria havia registrado ocorrência na polícia.
Pistolagem avança
A intervenção federal depois dos primeiros assassinatos não foi minimamente suficiente para inibir a ação dos grileiros, proprietários de terra e outros. Isso salta aos olhos ao se observar o número de pessoas vivendo sob a pressão dos pistoleiros. Este número cresceu de 38.555 pessoas, em 2010, para 45.595, em 2011. Um aumento de 18,2%.
Conflitos por terra
Os conflitos por terra referem-se à soma das ocupações, dos acampamentos e demais conflitos. Neste particular é de se destacar que, mesmo tendo havido redução no número de conflitos de 535 para 439, o número de pessoas envolvidas, em 2011, foi maior 245.420, uma média de 559 pessoas por conflito; contra 234.150, em 2010, média de 437 pessoas por conflito.
O mesmo acontece ao se analisar em particular as ocupações. Média de 623 pessoas por ocupação, em 2011, 464 em 2010.
O número de acampamentos sofreu redução tanto no número de ocorrências quanto no de pessoas por acampamento.
Vale ressaltar que os dados de acampamentos e ocupações se referem às novas ações ocorridas no ano, não é um dado geral de quantas famílias estão em ocupações ou acampadas no país, mas sim de quantas novas famílias entraram nessa situação nesse ano.

Conflitos por água
Em relação aos conflitos por água, os registros indicam uma significativa diminuição no número de conflitos, de 65 em 2010, para 29 em 2011. Também nos conflitos por água, a média de pessoas envolvidas, em 2011, 3.217, é maior do que em 2010, 2.464.
Trabalho Escravo em crescimento
O que mais chama a atenção no período de janeiro a setembro é o trabalho escravo, que apresentou significativo crescimento no número de ocorrências. Foram registradas 177 denúncias em 2010, envolvendo 3.854 pessoas e no mesmo período em 2011 as ocorrências chegaram a 218, envolvendo 3.882 pessoas, 23% a mais no número de ocorrências. Merece também atenção o fato de as ocorrências de trabalho escravo terem aumentado em todas as regiões do país, menos no Norte, que mesmo assim continua com o número mais elevado, como se pode observar pela tabela abaixo:

É de se destacar que a região Centro-Oeste concentrou o maior número de trabalhadores submetidos a condições de trabalho escravo, quase 50%, 1.914, do total de 3.882. O Mato Grosso do Sul foi o estado que apresentou o número mais elevado, 1.322, 34% do total de pessoas envolvidas. Goiás vem em segundo lugar no número de trabalhadores escravizados, 483, só depois é que vem o Pará com 380. Proporcionalmente, porém, o Nordeste é que apresentou crescimento mais destacado, passou de 19 para 35 ocorrências, um crescimento de 84%.
Considerações
Todos os indicadores apontam para a pouca ou nenhuma importância que os camponeses e camponesas e a agricultura familiar, tem no cenário nacional. A Reforma Agrária há anos sumiu do campo das prioridades do governo federal. É só observar o número de famílias assentadas no último ano. Pouco mais de 6.000. As reivindicações dos sem terra, não são levadas em conta. A diminuição do número de ocupações e acampamentos encontra aí sua explicação maior. Os acampados continuam à beira das estradas, ou nas proximidades das fazendas pretendidas, alguns há 5, 6, 8 anos ou mais.
O presidente Lula, em 2006, falava dos entraves para o desenvolvimento brasileiro. E citava as questões ambientais, os povos indígenas e as comunidades tradicionais, como os principais entraves. Na realidade estes continuam a ser os entraves que precisam ser removidos. E de fato estão sendo. 12 dos 23 assassinatos até novembro estão relacionados a defensores do meio ambiente, ou são índios ou quilombolas.
O aumento significativo do número de ameaçados de morte, e das famílias que vivem sob a mira de pistoleiros, mostra que os latifundiários, madeireiros e ruralistas pouco ou nenhuma importância dão ao Estado brasileiro. O que vale é sua lei. Dois fatos mais recentes deixam claro isso que afirmamos. Em Itaituba, no Pará, foi assassinado João Chupel Primo, em 22/10. Ele denunciava a retirada ilegal de madeira, o que rendeu uma fiscalização do ICMBIO e da polícia, com participação do Exército. Nestas ações um soldado do exército trocou tiros com os criminosos e acabou perdido durante cinco dias na floresta. Depois disto, o exército se retirou da área por falta de segurança! No Mato Grosso do Sul depois do assassinato do cacique Nísio Gomes, os fazendeiros abordaram uma comitiva federal liderada por um alto funcionário da Secretaria Geral da Presidência da República, exigindo que se identificassem. Como nas favelas das grandes cidades, o crime organizado impõe sua lei, no campo grileiros, madeireiros e fazendeiros fazem valer o que querem e encurralam o próprio Estado que não dá respostas à altura.
Maiores informações:
Cristiane Passos (Assessoria de Comunicação CPT Nacional) – (62) 4008-6406 / 8111-2890
Antônio Canuto (Assessoria de Comunicação CPT Nacional) – (62) 4008-6412
cptnacional@cptnacional

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS: “Paremos a impunidade – levemos a fome aos tribunais”

por Irio Luiz Conti*
Neste dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a FIAN Internacional convida e convoca as pessoas que se indignam pela causa da justiça a se engajarem e participarem do concurso de arte: “Paremos a Impunidade - levemos a fome aos tribunais”, com o objetivo de denunciar a impunidade das violações ao direito humano à alimentação adequada que geram a fome crônica e a desnutrição.
De quase um bilhão de pessoas que hoje são vitimadas pela fome crônica e a desnutrição, a maioria delas vivem no hemisfério sul, com maior incidência sobre os pequenos agricultores, sem terra, mulheres, negros e povos e comunidades tradicionais.
A FIAN Internacional está preocupada com a persistência das violações flagrantes do direito humano à alimentação e a quase total impunidade da qual gozam seus autores. Indiscutivelmente, a fome no mundo é consequência da impunidade e da ausência ou fragilidade de instrumentos e mecanismos de exigibilidade por parte dos estados, que possibilitem que os sujeitos de direitos possam não só denunciar, mas também exigir a realização do direito humano à alimentação adequada em seus contextos específicos.
No Brasil, justamente nesta semana da qual faz parte o Dia Internacional dos Direitos Humanos, mais uma comunidade quilombola tem razões para comemorar. Depois de longos e duros anos de lutas, com mobilizações locais, nacionais e internacionais, finalmente, nesta semana foi assinado o decreto de homologação do Quilombo Brejo dos Criolos, em Minas Gerais. Por outro lado, outras comunidades e povos, como os povos indígenas Kaiwá Guarani, de Mato Grosso do Sul, continuam submetidos a todo tipo de violações de seus direitos, especialmente o direito ao território e à alimentação, enquanto os violadores destes direitos continuam impunes, inclusive, respaldados pela omissão ou conivência dos órgãos do Estado.
Neste 10 de dezembro também fazem três anos que o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU adotou o Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC). Esta data é uma boa oportunidade para reforçarmos a convocatória e a pressão da sociedade civil brasileira para que o Estado brasileiro ratifique, o quanto antes, este Protocolo Facultativo como um instrumento importante de acesso à justiça aos sujeitos de direitos que sofrem violações do direito humano à alimentação adequada. Até o momento cinco estados já ratificaram o Protocolo, mas faltam mais cinco para que este mecanismo que garante direitos coletivos entre em vigor o quanto antes.
Portanto, aproveitemos estes 63 anos de promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo dia celebramos neste 10 de dezembro, para avançarmos nas iniciativas e ações que visam garantir que todos os povos tenham o seu direito humano à alimentação e todos os demais direitos respeitados, protegidos e garantidos.
O concurso internacional de arte, promovido pela FIAN Internacional e a Via Campesina, contempla obras de arte que interpretem o tema da impunidade relacionada às violações ao direito humano à alimentação adequada. Podem ser: coleção fotográfica, grafite, paisagem impressionante, pintura, serigrafia, tatuagem, gravura, gravação de vídeo em forma de mímica, e outras expressões artísticas que ajudem a expressar a mensagem paremos a impunidade e lutemos pelo direito humano à alimentação.
Informações adicionais:
FIAN Internacional www.fian.org e La Vía Campesina www.viacampesina.org
*Irio Luiz Conti é Mestre em Sociologia, professor no IFIBE, Plageder/UFRGS, conselheiro do CONSEA Nacional e Presidente da Fian Internacional.

Imagem: Capa do livro da Declaração Universal dos Direitos Humanos Ilustrada, publicado pela Amnistia Internacional Portugal

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Intercâmbio entre Bancos de Sementes Crioulas

Maurício, Oldi, Guilhermina e Cândida
Roça de cebola e amendoim.
por Maurício Queiroz*
Com apoio da Cáritas RS, nos dias 17 e 18 de novembro aconteceu o intercâmbio entre os Bancos de Sementes Crioulas em Erechim. Na verdade foi uma visita feita pelos Bancos de Sementes Crioulas de Santa Cruz do Sul e de Bagé, juntamente com representação da Cáritas Brasileira Regional do RS a fim de conhecer aquela experiência.
Participaram Banco de Sementes de Santa Cruz do Sul; Oldi Helena Jantsch, Maurício Queiroz e Cândida Taís Maders. Banco de Sementes Crioulas de Bagé: Tomás, Emerson Capelesso, Jean e Erni. Pela Cáritas RS Altair Pozzebon. Edson Klein do Banco de Sementes de Erechim fez um roteiro de visitas à 4 propriedades de agricultores e agricultoras envolvidos na produção de sementes crioulas, de um total de 15 famílias.
O depósito do Banco de Sementes
Crioulas é um casinha
coberta por terra para melhor
conservar as semente.
As visitas iniciaram na comunidade de Vaca Morta, município de Três Arroios, na propriedade da agricultora Zelinda. A família da Zelinda há quase 20 anos trabalha com agroecologia com assessoria do CETAP (Centro de Tecnologias Alternativas e Populares), dedicam-se a produção ecológica de hortaliças juntamente com mais 7 famílias que fazem feira semanal. Chamou nossa atenção nesta propriedade o pomar com laranjeiras, pereiras, macieiras, em sistema agroflorestal bem implantado, além do cultivo de sementes das seguintes hortaliças: salsa, linhaça, cenoura, rúcula e cebola. Para termos uma idéia a Zelinda produziu na última safra 60kg de sementes de rúcula. É nesta propriedade que está localizado o Banco de Sementes Crioulas, digamos assim a reserva das sementes que é guardado em uma pequena construção praticamente subterrânea, por que o Banco de Sementes Crioulas é desde as propriedades envolvidas.
A tardinha fomos visitar um casal de camponeses, o Agostinho e a Guilhermina, ele de origem Italiana e ela de origem Alemã que acabou se entretendo com a Oldi e a Cândida conversando na língua alemã que se orgulham em preservar. Caminhamos até a roça e vimos uma propriedade como poucos camponeses tem hoje, a diversidade de sementes crioulas que o casal produz é impressionante, embora a família ainda utilize adubos químicos e as vezes agrotóxicos caminha na direção da agroecologia. Já plantados, milho, feijão, mandioca, amendoim, arroz, batatinha, batata doce, abóbora, etc. Só de amendoim são sete variedades multicores. Depois das voltas na roça, fomos até o porão que é um verdadeiro celeiro onde guardam sementes e alimentos para o consumo e também para vender. Queijo molhado no vinho tinto e envelhecido e copa defumada era o aroma do porão. Este casal de agricultores tem soberania e segurança alimentar, não dependem de comprar comida, se orgulham em dizer que nunca compraram arroz e feijão para comer, sempre produziram.
No porão do agricultore Guilhermina e Agostinho
No dia seguinte visitamos Jandir e Carmen Deotti, na comunidade de Jubaú, município de Barra do Rio Azul. Jandir participou do 11ºEncontro Diocesano de Sementes Crioulas, em 15 de junho em Passo do Sobrado onde adquiriu algumas variedades, lá participaram de intercâmbio com o Banco de Sementes Crioulas de Santa Cruz do Sul. Jandir produz milhos das variedades, Pixurum, Cordilheira, Amarelão e um cruzamento que ha 20 anos vem realizando entre duas variedades, produzindo a própria semente. Caminhamos até a roça e trocamos idéias e experiências referentes aos cultivos. Jandir cuida muito bem para manter as variedades puras e é um dos agricultores que deseja trabalhar com agroecologia.
A última experiência que visitamos foi no agricultor Paulo Lunkes, no município de Aratiba. Paulo está iniciando o trabalho com agrofloresta onde cultiva citrus. Produz soja crioulo da variedade Santa Rosa Branco, produziu mais de 600kg de sementes de Ervilhaca Comum, utiliza adubação verde especialmente de inverno. Este agricultor neste ano está reduzindo pela metade o uso de adubos químicos, graças a um adubo orgânico que está misturando na hora do plantio o que é algo muito significativo.
Apesar do cansaço, foram dois dias inesquecíveis. Valeu o esforço do Edson e das famílias que com alegria contaram um pouco de suas histórias. Combinamos que dias 24 e 25 vamos visitar o Banco de Sementes Crioulas de Bagé.
*Maurício Queiroz é Técnico Agrícola, estudante de Biologia, agente da CPT na Diocese de Santa Cruz do Sul e membro da coordenação colegiada da CPT-RS.

Ato em Defesa das Florestas e entrega de abaixo-assinados

Ato em Defesa das Florestas promove entrega de abaixo-assinados contra as mudanças do Código Florestal no Palácio do Planalto na próxima terça-feira, 29 de novembro
Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável promove manifestação, a partir das 9h
Na próxima terça-feira, 29, a partir das 9h, o Ato em Defesa das Florestas promove a entrega de assinaturas contra as alterações do Código Florestal para a presidente Dilma no Palácio do Planalto.
O ato pretende reunir movimentos sociais, universitários, formadores de opinião, defensores em geral da causa ambiental, além de representantes das quase 200 organizações que integram o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que vão marchar do Congresso Nacional até o Palácio do Planalto.
Ao mesmo tempo, um grupo de 800 crianças levará à presidente Dilma uma mensagem em defesa das florestas brasileiras. São crianças de escolas de Brasília que irão colorir de verde o céu da praça com milhares de balões verdes e biodegradáveis.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Audiência pública preparatória para a Rio+20

Nesta segunda-feira, 21, a Comissão de Saúde e Meio, presidida pela deputada Marisa Formolo, realizou audiência pública preparatória para a Rio+20. Na abertura da audiência, Irmão Antônio Cechin falou sobre os catadores e a questão do lixo:
Vivemos a era do lixo
Necessidade de políticas públicas
por Irmão Antônio Cechin*
Um professor e pesquisador da universidade de Campinas (UNICAMP) tem um artigo intitulado “O triunfo do lixo”.
Começa seu artigo afirmando “se a humanidade vive a era do conhecimento, vive também a era do lixo. Do ponto de vista da quantidade, a natureza movimenta, em seu ciclo normal, 50 bilhões de toneladas de materiais por ano. Os homens, por sua vez, movimentam 48 bilhões de toneladas-ano. Destes 50 bilhões, 30 bilhões são de lixo.
Leia mias no blog da Pastoral da Ecologia

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Audiência pública preparatória para a Rio+20

Nesta segunda-feira, 21, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente realiza audiência pública preparatória para a Rio+20. O debate acontece a partir das 14 horas no Plenarinho, 3º andar da Assembléia, e prevê o relato da situação ambiental de diferentes áreas, como a construção de condomínios fechados no entorno das lagoas do litoral norte, os desertos verdes no Pampa com a plantação de eucaliptos, a utilização de agrotóxicos e a agroecologia, a luta pela preservação do morro Santa Tereza, entre outros. Confirmadas as presenças da Secretária Estadual do Meio Ambiente, Jussara Cony, a presidente da Fundação Zoobotânica, Arlete Ieda Pasqualetto, outras autoridades e movimentos sociais. A Comissão de Saúde quer sistematizar as propostas para apresentar em documento durante a Conferência.
A deputada Marisa Formolo, presidente da Comissão, destacou que “uma boa proposta para a Rio+20 inclui a mudança na cultura do consumo obsessivo, a produção de forma cada vez mais ecológica, a utilização de fontes energéticas não poluentes e uma arquitetura social mais fraterna, de compartilhamento do mundo”.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Índios no Congresso Nacional da Cáritas Brasileira.

por Maurício Queiroz*
Tivemos a oportunidade de participar no dia 11/11/2011 no Congresso Nacional da Cáritas Brasileira, que aconteceu de 09 a 12/11 em Passo Fundo-RS. Havia mais de 350 participantes vindos de todo o Brasil. Quero dar destaque à participação dos índios das etnias Kaigang e Pataxó Hã Hã Hãe. Antônio Vicente é da etnia Kaigang aqui do RS e está na luta pelos direitos dos povos indígenas do RS e SC e Marilene conhecida por Iaranaú na sua língua, Iaranaú é da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe da Bahia, ela é irmã de Galdino Pataxó, que foi covardemente queimado vivo em Brasília no dia 20 de abril de 1997 quando dormia em uma calçada, os criminosos eram 5 jovens de família rica de Brasília. Iaranaú é da Coordenação das mulheres indígenas de sua aldeia, organização que recebeu o prêmio Odair Firmino de Solidariedade.
Fomos para o lançamento do vídeo “Sementes Crioulas: Cultivando a Biodiversidade Para as Futuras Gerações” produzido pela Cáritas Brasileira Regional do RS e pela Rede de Sementes Crioulas. O vídeo enfoca a importância das sementes crioulas, dos bancos de sementes crioulas e a necessidade de construção de um novo modelo de produção com base nos princípios ecológicos e nas sementes crioulas ao mesmo tempo que denuncia o modelo do agronegócio e das sementes transgênicas.
O congresso foi espaço de divulgação dos trabalhos com sementes crioulas desenvolvido em todo o Brasil, e claro, não podia faltar as sementes crioulas do Banco de Sementes Crioulas da CPT Diocese de Santa Cruz do Sul.
*Maurício Queiroz é Técnico Agrícola, estudante de Biologia, agente da CPT na Diocese de Santa Cruz do Sul e membro da coordenação colegiada da CPT-RS.

Os 10 alimentos mais contaminados por agrotóxicos

Cartilha da ANVISA
Um estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) mostra que muitos dos alimentos que a população consome estão contaminados. “São ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade aguda comprovada e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer” segundo a ANVISA.
O Projeto de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em alimentos, realizado pela ANVISA em conjunto com os órgãos de vigilância de 25 estados participantes, mais o Distrito Federal, analisou diversos legumes, frutas e vegetais para ver a quantidade de contaminação.
Entre as amostragens analisadas, os alimentos que foram contaminados com uma freqüência maior foram:
1º-Pimentão 80,00%
2º-Uva 56,40%
3º-Pepino 54,80%
4º-Morango 50,80%
5º-Couve-Flor 44,20%
6º-Abacaxi 44,10%
7º-Mamão 38,80%
8º-Alface 38,40%
9º-Tomate 32,60%
10º-Beterraba 32,00%
Enviado por Maurício Queiroz, Técnico Agrícola, estudante de Biologia, agente da CPT na Diocese de Santa Cruz do Sul e membro da coordenação colegiada da CPT-RS.

Água de cisterna faz bem

Anderson e esposa - visita da Tiririca
Estive no Congresso Nacional da Cáritas no dia 11/11/11, conversei com várias pessoas entre elas o Bispo Dom Demétrio Valentini, Bispo que é Presidente da Cáritas Brasileira e é natural do RS, Dom Demétrio é filho de pequenos agricultores de família de 12 irmãos, igual a minha família onde somos também 12 irmãos.
Minha mãe teve os 12 filhos de parto normal, na maioria das vezes em casa e todos nasceram com saúde. A alimentação destas mães com certeza era mais saudável do que a alimentação que se come hoje, sem falar do estilo de vida totalmente diferente e do chazinho que as mães davam aos filhos e que era poderoso, hoje se orienta a não dar nada de chá, por acaso o chazinho de poejo fez algum mal? Queria dizer que escuto muito que as mães de hoje têm dificuldades em gerar filhos, muitas com gravidez de risco, e a maioria tem no máximo 3 filhos nascidos por cesariana, que é muito ruim para a mãe, mas para o médico é ótimo, pois ganha mais. Defendo a cesariana em caso de necessidade mesmo. Gravidez não é doença!
Há 2 semanas fui conferir como ficou a cisterna de placas do jovem agricultor Anderson Posselt, de Venâncio Aires, que participou da Escola de Jovens Rurais alguns anos atrás. A cisterna está cheia e é muito utilizada, especialmente para a horta e os animais. Muitos antigos tinham cisterna em casa e usavam a água para tudo inclusive para tomar. A água da cisterna faz mal??? Eu acho que tomando alguns cuidados pode ser utilizada para o consumo humano sem qualquer problema.
Abraços e boa semana
Oldi (Tiririca), da CPT da Diocese de Santa Cruz

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Obrigado pleos 1011 acessos

Hoje, dia 11 do mês 11, o blog da CPT-RS chegou a 1011 acessos.
Esta combinação de números simboliza a combinação de sonhos, ideais e esperanças que a Pastoral da Terra procura promover no cotidiano dos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
Poderíamos até dizer que mil acessos ainda é pouco para um blog e que não há motivo para comemorar. Mas, queremos, sim, celebrar este pouco e agradecer a todas as pessoas que costumam acessar nosso blog em busca de informações, conteúdos e trocas de ideias e experiências. Sabemos que a CPT tem o compromisso de fazer ecoar no campo e nas cidades o sonho e a luta dos camponeses, sem terra, quilombolas, indígenas e de todos os pobres da terra. E esta é um pouco a função deste blog, por isso cada acesso é motivo de alegria.
Nosso muito obrigado aos internautas que acessam o blog da CPT-RS e também nosso podido de desculpas por não ser um blog ou site de grande qualidade e por ele não estar cotidianamente atualizado. Pois, nosso trabalho é amador e voluntário, por isso nem sempre podemos dedicar o tempo necessário e com a capacidade exigida.
O blog foi lançado, divulgado na rede a partir do dia 25 de julho e o contador de acessos é muito fiel, ele apenas marca os acessos no blog, sem contabilizar a cada página ou postagem acessada e também não altera a numeração quando o blog é acessado várias vezes num mesmo período. Por isso, mil acessos representam muito mais.
Mil acessos também representam um pouco do que é a interação e a solidariedade entre as pessoas que lutam pela sustentabilidade da vida.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Audiência Pública: Situação dos Territórios Quilombolas

CONVITE
Audiência Pública:
Situação dos Territórios Quilombolas
Dia: 14/11/11
Hora: 9h
Local: Auditório Dante Barone AL.
Promoção:
Comissão de Direitos Humanos do Senado
Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa RS.
Os processos de regularização e titulação dos territórios das Comunidades Remanescentes de Quilombos e de demarcação das terra indignas estão gravemente ameaçados pelas investidas do latifúndio e do agronegócio manifestos nas ações das senadoras Ana Amélia Lemos (gaúcha), Cátia Abreu e da ADIN, bem como a ação direta de inconstitucionalidade do Decreto 4887/03, impetrada pelo DEM junto ao STF, contra as Comunidades Quilombolas. Eles querem manter seus privilégios e impedir o direito dos pobres.
Vamos fortalecer a luta contra as injustiças raciais e sócias participando e mobilizando.

Visita à experiências na Alemanha

Francisco, Maurício, Franziska e Oldi.
Ao fundo o Castelo de Ludvig II
Por Maurício Queiroz**
De 22 de julho até 19 de agosto de 2011 estive visitando a Alemanha, minha segunda viagem, a primeira ocorreu em janeiro de 2001. Junto comigo foi Oldi Jantsch, agricultora e agente da CPT na Diocese de Santa Cruz do Sul, Francisco Fritzen agricultor ecologista da CPT, Petronila Andrade liderança comunitária e Elcida Wietzke de Venâncio Aires que atua no trabalho pastoral. Após vários convites de amigos e amigas, finalmente conseguimos ir. Fomos com um propósito bem definido, participar de um seminário em Wernau sobre o intercâmbio de jovens entre as Dioceses de Santa Cruz do Sul e Rottenburg/Stuttgart e visitar os jovens que fizeram intercâmbio em nossa querida Escola de Jovens Rurais, muitos dos quais moraram na casa da Oldi Jantsch e participaram dia a dia do trabalho da Escola de Jovens Rurais e da CPT desde agosto de 2002, quase 10 anos de história de intercâmbio. Ficamos hospedados nas famílias dos jovens que estiveram em intercâmbio com a CPT e EJR.
A região onde tivemos é conhecida por Schwäbische Alb, onde se fala o Schwäbische, dialeto da região, com sotaque típico desta região e estávamos no estado de Baden-Wüthenberg e Stuttgart é a capital do estado.
Em visita ao agricultor que produz sementes ecológicas
de hortaliças e flores
Foi um tempo muito legal, conhecer as famílias dos jovens, rever amigos e amigas, conhecer um pouquinho da Alemanha e também da cultura. Visitamos locais turísticos como o Lago de Bodensee na divisa com a Áustria e bem perto da Suíça, Fabian* e Mathias* nos levaram e a cidade histórica de Rhotenburg que a família de Elisabeth Franz* fez questão de nos levar, cidade que preserva as construções do tempo da idade média. Franziska Mayer* nos levou para visitar imponente Castelo de Ludvig II e Simon Gmeiner* a uma cervejaria, entre tantas outras experiências legais. Além disso, também visitamos agricultores que produzem de forma ecológica, um dos meus principais objetivos.
Produção de leite ecológico na família de Jonas Notz*, na cidade de Leutkirch na região de Algäu, sul da Alemanha, nos Alpes. Ficamos na casa de Alfons e Marlise Notz, pais de Jonas, por 3 dias e acompanhamos todo o processo de produção que segue rigorosamente as normas da Biodinâmica idealizada por Rudolf Steiner. Para isso utilizam alimentação natural, o feno de vários tipos de pasto é utilizado no inverno e no verão as vacas são levadas ao pasto em piquetes bem planejados.
Jonas Notz conduz vacas para o estábulo
As vacas são tratadas com respeito, tanto é que todas elas têm chifres, não são inseminadas artificialmente ao contrário das vacas convencionais que são mochas e são inseminadas artificialmente. Também não são agredidas e recebem alimentação sem hormônios e só medicamentos homeopáticos.
Alfons e Marlise fazem parte dos pequenos agricultores da Alemanha que igual aos pequenos agricultores do Brasil e outras partes do mundo precisam lutar muito para sobreviverem. Importante é dizer que já são 30 anos de produção ecológica, leite este que vai para uma organização ecológica chamada Demeter e transformam em queijo, diga-se de passagem, muito saboroso. O leite é vendido a 50 centavos de euro (R$1,15) enquanto que o leite convencional (não ecológico)é vendido a 35 centavos de euro (R$0,80) e os custos são bem mais elevados.
Jonas faz questão de dizer que seus pais estão contentes com o que fazem e por isso são felizes. Ele também pensa em ser agricultor por isso faz um curso.
Também visitamos outras experiências como a produção de hortaliças ecológicas para a venda na feira livre que é muito difundida na Alemanha, produção de cabras para leite no mesmo sistema de produção da família do Jonas e visitamos um agricultor que produz sementes ecológicas, mais ou menos um agricultor que produz sementes crioulas.
Maurício visita a horta do Josef
Embora a agricultura ecológica cresça bastante na Alemanha e Europa em geral, o agronegócio também cresce e é como no mundo inteiro, grandes plantios, normalmente monoculturas como o milho que vimos na Alemanha que não será alimento e sim gás para produção de energia e também grandes estábulos com vacas confinadas o tempo todo, ganhando ração, hormônios, antibióticos e o leite é retirado por meio de um robô. É possível ver no semblante dos animais que são doentes e estão longe de serem animais felizes. Imagino que quem toma um leite desses, não se alimenta e sim se intoxica ou se envenena.
Por fim queria dizer que não troco viver no meu Brasil por viver em qualquer país da Europa. Nós temos o melhor clima do mundo, podemos produzir de tudo e o ano todo. Temos uma terra rica e diversificada e muitas horas de sol no ano importante para a agricultura e também para o aproveitamento da energia de diversas formas e temos muitas riquezas naturais, e a maior biodiversidade do mundo graças ao clima tropical que não tem na Europa. O Brasil precisa preservar as riquezas naturais e apoiar os camponeses e camponesas na produção de alimentos ecológicos.

*Jovens Alemães que realizaram intercâmbio na Comissão Pastoral Terra e Escola de Jovens Rurais, Dioc.deSanta Cruz do Sul.
**Maurício Queiroz* é Técnico Agrícola, estudante de Biologia, agente da CPT na Diocese de Santa Cruz do Sul e membro da coordenação colegiada da CPT-RS.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Seminário em preparação da 35ª Romaria da Terra

A Comissão Pastoral da Terra e a Diocese de Santo Ângelo convidam a todos/as para participar do Seminário de Estudo da 35ª Romaria da Terra a realizar-se no município de Santo Cristo, no dia 25 de novembro de 2011, no Centro Cultural (lado da Prefeitura Municipal) de Santo Cristo - RS.
O seminário com tema da 35ª RT “AGRICULTURA FAMILIAR CAMPONESA: VIDA COM SAÚDE” abordará à luz de relatos bíblicos a realidade de angústias, esperanças e vitórias daqueles que cuidam do campo, da agricultura familiar e em especial da vida.
Os palestrantes Frei Wilson Dallagnol, Adelaide Klein e Padre Nestor Ecker colaborarão nesse processo de reflexão para que a Romaria da Terra, em 21 de fevereiro de 2012, seja realmente um momento profético de anúncio e denúncia.
Chamamos à participar todos e todas que queiram se integrar na caminhada da 35ª Romaria da Terra, pois “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.”
O Seminário terá início às 9h e término às 12h, com almoço no local.
A Secretaria Municipal de Educação de Santo Cristo está disponibilizando certificado.
Informações: Tel/Fax: (051)3344.4415 / e-mail: cptrs@portoweb.com.br

O triunfo do lixo?

Embora população brasileira seja equivalente a 3,06% do total mundial e seu Produto Interno Bruto (PIB) corresponda a 3,5% da riqueza global, os brasileiros descartam 5,5% dos resíduos planetários. O comentário é do geógrafo e sociólogo Maurício Waldman, autor, entre outros, do livro Lixo: Cenários e Desafios (Cortez, 2011).
A reportagem é de Manuel Alves Filho e publicado pelo jornal da Unicamp, 31 de outubro a 6 de novembro de 2011 e também está publicada no IHU On-line, de 01/11/11.

Se a humanidade vive a era do conhecimento, vive igualmente a era do lixo. Do ponto de vista quantitativo, a natureza movimenta, em seu ciclo normal, 50 bilhões de toneladas de materiais por ano. Os homens, por seu turno, movimentam 48 bilhões de toneladas no mesmo período, sendo que 30 bilhões são de resíduos. “Isso é muito mais do que o ambiente pode suportar”, sentencia o geógrafo e sociólogo Maurício Waldman, especialista no tema. Ele é o autor, entre outros, do livro Lixo: Cenários e Desafios, indicado como um dos dez finalistas do Prêmio Jabuti 2011 na categoria Ciências Naturais. A obra é resultado da pesquisa de pós-doutoramento de Waldman, desenvolvida no Departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, sob a orientação do professor Antonio Carlos Vitte e com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).
O lixo, conforme o pesquisador, tem sido um problema recorrente em todo o mundo, inclusive no Brasil. Não bastasse a humanidade estar crescendo e gerando cada vez mais resíduos, o quadro vem se agravando graças a inércia das autoridades públicas, que pouco têm feito para reciclar ou dar destinação adequada aos rejeitos. Ademais, a sociedade também não faz a sua parte ao aumentar exageradamente o consumo de bens e produtos e ao descartar sem cerimônia seus detritos em qualquer lugar. “O Estado não age e o cidadão não se movimenta. O resultado dessa combinação é dramático. A continuar assim, o lixo pode vir a inviabilizar a sociedade humana, pelo menos tal como a conhecemos”, adverte Waldman.
Aos que possam considerar as suas previsões apocalípticas, o pesquisador rebate com números. De acordo com ele, o Brasil, um dos países que mais sofrem com a problemática, é um grande gerador de lixo. Embora sua população seja equivalente a 3,06% do total mundial e seu Produto Interno Bruto (PIB) corresponda a 3,5% da riqueza global, os brasileiros descartam 5,5% dos resíduos planetários. “Quer outros dados? Pois bem, entre 1991 e 2000 a população brasileira cresceu 15,6%. No mesmo período, o país ampliou seus descartes em 49%. Em 2009, o incremento demográfico foi da ordem de 1%. Entretanto, a geração de rejeitos aumentou 6%. Trata-se de uma expansão perversa”, afirma.
No caso brasileiro, insiste Waldman, nada tem sido feito para equacionar a questão. “Infelizmente, não temos políticas públicas para essa área. Os únicos que têm trabalhado verdadeiramente em favor da sociedade são os catadores de lixo, que em vez de serem parabenizados, são discriminados e maltratados tanto pelas elites quanto pelo poder público. Para se ter uma ideia, dos resíduos secos gerados no país, 13% são recuperados. Destes, 98% são coletados pelos catadores e apenas 2% pelos programas de Coleta Seletiva de Lixo [CSL]. Em 2010, pasme, dos 5.565 municípios brasileiros, somente 142, ou 2,5% do total, mantinham algum tipo de parceria com esses trabalhadores. Eles são os grandes heróis nacionais do meio ambiente”, considera o geógrafo e sociólogo, que foi colaborador do sindicalista e ativista ambiental Chico Mendes, assassinado em 22 de dezembro de 1988.
Mas, se o problema do lixo é tão grave, por que as autoridades públicas não se preocupam em resolvê-lo? Na opinião de Waldman, o descompromisso ocorre porque, culturalmente, os resíduos sempre são considerados um problema do outro. “A única política adotada no país, se é que podemos classificá-la assim, é a da estética. Ou seja, o interesse primordial das autoridades é tirar os rejeitos da visão das pessoas e levá-los para um lixão ou, quando muito, para um aterro sanitário. A forma como esse lixo será tratado ou monitorado é outra questão. O importante, na concepção dessa corrente, é que a sujeira não fique à mostra”. O pesquisador destaca, ainda, que o lixo é basicamente uma questão conceitual. Na opinião dele, não é fácil identificar hoje em dia o que de fato é um resíduo. A propósito do assunto, o autor do livro Lixo: Cenários e Desafios relata uma breve episódio.
Waldman conta que tem na estante da sua sala uma estátua de bronze de Buda, embora não seja budista. Segundo ele, o objeto foi encontrado por um operário que trabalhava numa usina de reciclagem. “O trabalhador estava olhando para a esteira quando viu a imagem. Imediatamente, ele a recolheu e a recuperou. Depois, me presenteou. Ou seja, algum cidadão completamente insensato ousou jogar na lixeira a estátua de Buda, que é um símbolo religioso e que merece respeito por parte de todos nós, independentemente da religião que professamos. Aí é que eu pergunto: o que é lixo? Existe um padrão cultural que governa a cabeça das pessoas que as ajuda a definir o que é descartável ou não. Nem sempre, infelizmente, esse padrão é o mais sensato”.
Questões
Questionado sobre o que deve ser feito para que não ocorra o triunfo do lixo sobre a humanidade, o geógrafo e sociólogo faz algumas ponderações. Para alívio daqueles que estão sobressaltados com a leitura deste texto, ele inicia respondendo que o problema tem solução. Depois, afirma que há três questões a serem pensadas. A primeira delas é a necessidade de as pessoas adotarem um consumo mais consciente de bens e produtos. “Atualmente, cada brasileiro gera 3,5 quilos de lixo proveniente de equipamentos eletroeletrônicos por ano. É muita coisa. O cidadão tem que ter maior consciência de que não vale a pena trocar o celular X pelo Y apenas porque a versão mais recente do aparelho tem uma luz que pisca durante a ligação”, diz.
A segunda questão, prossegue Waldman, está no imperativo da mudança de postura da indústria, que trabalha com o conceito da obsolescência precoce, modelo de produção e consumo classificado pelo pesquisador como “pornográfico”. “Havia uma série de TV nos anos 70, intitulada Missão Impossível, na qual uma voz avisava ao personagem que a mensagem que ele estava ouvindo se autodestruiria em cinco segundos. O que a indústria faz é dizer aos consumidores que seu televisor ou lavadora de roupa se autodestruirá em 12 meses. Isso precisa mudar”, defende.
Por último, mas não menos importante, o pesquisador avalia que o Estado também tem que dar sua contribuição à causa do controle eficiente do lixo, formulando políticas públicas sérias e consequentes. “Tem gente idealista que tem trabalhado nesse sentido, como pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa, mas isso infelizmente ainda não é regra geral”, lamenta. Deixar de dar aos resíduos tratamento e destinação adequados, conforme Waldman, não representa apenas um desrespeito ao ambiente e à qualidade de vida das pessoas. Significa também desperdício de dinheiro e oportunidades.
No entender do especialista, o Brasil poderia ampliar significativamente o índice de reciclagem do lixo, tanto o seco quanto o orgânico. “Aliás, muita gente, até quem se diz especialista no assunto, costuma cometer um erro gravíssimo ao citar unicamente a reciclabilidade do lixo seco. O úmido também é reciclável, visto que pode ser recuperado pelo ciclo da natureza. Algumas estatísticas apontam que a taxa de reaproveitamento dos resíduos no país poderia ser ampliada para 52% ou 59%. Além de menor agressão à natureza, isso representaria a geração de renda e trabalho. Um levantamento do Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão vinculado à Presidência da República] aponta que, na linha do tempo, nós já desperdiçamos US$ 8 bilhões por não reaproveitarmos o lixo. É um dinheiro que poderia ter sido aplicado na saúde, na educação e em programas de inclusão social”, imagina Waldman.
Retornando ao assunto da solução para o problema dos rejeitos, o pesquisador assinala que a questão não é somente brasileira, mas mundial. “Como dizia o geógrafo Milton Santos, de quem sou admirador, qualquer problemática global nos dias atuais não pode ser tratada por um grupo de ‘iluminados’. Os problemas globais precisam ser pensados coletivamente. É necessário unir conhecimentos e competências, além obviamente de envolver nas discussões os diversos segmentos da sociedade civil organizada. Sem essas iniciativas, dificilmente haverá saída”, alerta.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CPT divulga Carta Final do Encontro Nacional de Formação da entidade

"A hora exige mudanças radicais do nosso jeito de ser, de viver e de estruturar a vida.". Carta Final do Encontro Nacional de Formação da CPT, realizado entre os dias 17 e 20 de outubro, aprovada na reunião do Conselho Nacional da Pastoral da Terra, aponta os desafios na nova conjuntura e reafirma o compromisso da CPT com "uma espiritualidade centrada no seguimento radical de Jesus" e com a luta dos povos do campo.
Leia, no site da CPT Nacional, a Carta na íntegra: www.cptnacional.org.br

O Homem-Deus Jesus de Nazaré continua crucificado no Pampa

"Mudamos de destino quando soubemos do que iria acontecer no grande salão da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no dia 21 de outubro, um debate entre poderosos grileiros de terra e centenas de famílias posseiras, ocupando terras, reservadas pela constituição brasileira, para índios e quilombolas. Estaria prestes a explodir, particularmente no município de Morro Alto, no litoral, uma nova “guerra de miseráveis” assim cognominado o Levante de Nonoai dos índios Kaingang, contra os dez mil intrusos de suas terras, nos idos da década de 1970?", comenta Antonio Cechin, irmão marista e miltante dos movimentos sociais, autor do livro Empoderamento Popular. Uma pedagogia de libertação. Porto Alegre: Estef, 2010.
Leia o artigo na íntegra no site IHU On-Line.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

IHU On-Line: Agroecologia e sustentabilidade

www.ihuonline.unisinos.br
"Agroecologia e o futuro sustentável para o planeta. Um debate" é a capa da revista IHU On-Line desta semana, que retoma o tema da sustentabilidade do planeta. Desta vez debatendo a proposta da agroecologia.
Participam do debate o professor pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Fernando Ferreira Carneiro, o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Economia Solidária Daniel Tygel, o sociólogo Marcelo Calazans, coordenador do Programa Regional da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE no Espírito Santo, membro da Rede Deserto Verde e da Rede Latino-Americana contra Monocultivo de Árvores, a socióloga Letícia Rangel Tura, Diretora-executiva da organização não governamental Fase – Programa Regional da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional, a antropóloga Maria Emília Lisboa Pacheco, assessora do programa Direito à egurança alimentar, à agroecologia e à economia solidária, da Fase, Larissa Ambrosano Packer, advogada da Terra de Direitos, e a nutricionista Claudia Witt,mestranda em Saúde Coletiva na Unisinos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CPT marca presença no encontro das CEB's da Diocese de Santa Cruz do Sul

Neste final de semana, 22 e 23 de outubro, a Diocese de Santa Cruz do Sul realizou seu 26º Encontro Diocesano das CEB's, tendo como tema a continuidade da Campanha da Fraternidade 2011, sobre as mudanças climáticas e a crise ecológica. Com o lema "Planeta Terra, nossa casa. Cuide-se!", o encontro ocorrido na comunidade católica São Roque de Tamanduá, paróquia de Bela Vista do Fão, município de Marques de Souza, foi palco de exposições, debates e oficinas sobre as questões ambientais. Frei Milton Backes, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes do Fão e articulador diocesano das CEBs, coordenou o encontro juntamente com lideranças da comunidade local e da equipe diocesana de CEB's.
Maurício Queiroz da coordenação colegiada da CPT-RS e da Pastoral da Terra da Diocese de Santa Cruz, realizou uma oficina sobre agroecologia, um dos assuntos mais debatidos no encontro que reuniu majoritariamente pequenos agricultores. Pilato Pereira, da Pastoral da Ecologia, que também faz parte da colegiada da CPT-RS, foi que assessorou o encontro, trabalhando o tema da crise ambiental na lógica do método Ver-Julgar-Agir.
Leia a seguir a Carta do 26º Encontro das CEB's da Diocese de Santa Cruz


Carta do 26º Encontro Diocesano de CEB’s
Diocese de Santa Cruz do Sul
“Nosso Planeta, nossa casa. Cuide-se!”
Às margens do Arroio Tamanduá, na capital gaúcha dos campings, município de Marques de Souza, na centenária Comunidade São Roque, estacionou o trem das CEB’s e o povo reunido, sentindo o calor que lembra o efeito estufa, porém, no ânimo do Espírito de Deus, armou sua tenda para vivenciar o 26º Encontro Diocesano das Comunidades Eclesiais de Base da Diocese de Santa Cruz do Sul. Alegramos-nos com a presença de cada irmão e irmã e nos preocupamos, sim, com a dificuldade estrutural que muitas pessoas enfrentam para poder participar e tantos companheiros de caminhada que ficam impossibilitados de vir celebrar e conviver. Também foi motivo de especial alegria a presença fraterna de nossos irmãos da Igreja Luterana.
Todo o povo presente foi acolhido num ambiente de animação, mística e fraternidade, onde a comunidade local compartilhou sua história e realidade, mostrando que o rio da vida sofre ameaças e reclama, grita por socorro.
Ainda visíveis os sinais das catástrofes de 4 de janeiro de 2010, a comunidade se revigora e celebra sua esperança num novo jeito de ser igreja, povo de Deus, nestas terras marcadas pela herança histórica e messiânica dos seguidores de Jacobina.
Na lógica do método Ver-Julgar-Agir, refletimos sobre o cuidado com o nosso Planeta, nossa casa comum. Compreendemos que a Terra é um organismo vivo e somos parte desta vida, onde tudo está interligado. Estamos na Terra e ela está em nós e tudo o que fazemos contra a natureza, se reverte contra nós e ameaça nossa existência. Hoje temos clareza de que toda a criação geme em dores de parto (Rm, 8, 22), nossa mãe e irmã Terra, a profetiza do momento, que, junto com os pobres, clama por cuidados, respeito e solidariedade. Temos consciência da nossa vocação: somos jardineiros deste belo jardim de Deus, que é o Planeta Terra, onde tudo é sagrado. Mas, a realidade nos incomoda e alerta que é hora de fazer ecoar a profecia da Terra e dos pobres e gritarmos contra a degradação e a poluição das águas, a emissão excessiva de gases de efeito estufa na atmosfera e os despejos de venenos no solo. É hora de testemunhar nossa fé no Deus criador e defensor da Vida.
À luz da Palavra de Deus, com o olhar holístico voltado para a realidade, buscamos construir coletivamente, em forma de oficinas, algumas indicações de alternativas concretas para o nosso agir. Anunciamos que a agricultura familiar camponesa, através da agroecologia, tem a oportunidade de testemunhar que é possível produzir alimentos saudáveis, respeitando os direitos do trabalhador e da natureza; Conclamamos toda a Igreja a participar, envolvendo a sociedade, no cuidado das nossas bacias hidrográficas e na garantia da qualidade e universalidade do serviço público da água que é dom de Deus e direito de todos; Anunciamos que o testemunho do catador, profeta da ecologia, é garantia de que o material reciclável vai para o destino certo e se reverte em vida; Conclamamos que todos têm o direito a uma alimentação saudável em quantidade e qualidade; E reafirmamos que a visão bíblica ecumênica de ecologia nos ajuda a entender que temos uma aliança com Deus criador e defensor da vida, para promover a justiça e a paz com toda a criação.
Encerramos nosso encontro compartilhando sobre o II Sulão de Comunidades, realizado em Londrina, no Paraná e outras informações da caminhada das CEB’s e das pastorais. Juntamente com nosso bispo diocesano, Dom Canísio Klaus, celebramos nossos compromissos na entrega de uma muda de café, vinda do II Sulão, para cada comunidade que sai deste encontro no desafio de cultivar práticas de cuidado com a vida. E antes de partirmos para as nossas comunidades, deixamos uma árvore plantada na terra que nos acolheu e limpamos rio simbólico que ilustrou nosso encontro. Nosso desafio, agora, é recuperar e preservar a beleza salutar do rio da vida.
Tamanduá, 22 e 23 de outubro de 2011.


Os Participantes do 26º Encontro
Assista AQUI o clip "O mundo que eu quis": 
http://www.youtube.com/watch?v=doNHq0JiGv0