segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CPT marca presença no encontro das CEB's da Diocese de Santa Cruz do Sul

Neste final de semana, 22 e 23 de outubro, a Diocese de Santa Cruz do Sul realizou seu 26º Encontro Diocesano das CEB's, tendo como tema a continuidade da Campanha da Fraternidade 2011, sobre as mudanças climáticas e a crise ecológica. Com o lema "Planeta Terra, nossa casa. Cuide-se!", o encontro ocorrido na comunidade católica São Roque de Tamanduá, paróquia de Bela Vista do Fão, município de Marques de Souza, foi palco de exposições, debates e oficinas sobre as questões ambientais. Frei Milton Backes, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes do Fão e articulador diocesano das CEBs, coordenou o encontro juntamente com lideranças da comunidade local e da equipe diocesana de CEB's.
Maurício Queiroz da coordenação colegiada da CPT-RS e da Pastoral da Terra da Diocese de Santa Cruz, realizou uma oficina sobre agroecologia, um dos assuntos mais debatidos no encontro que reuniu majoritariamente pequenos agricultores. Pilato Pereira, da Pastoral da Ecologia, que também faz parte da colegiada da CPT-RS, foi que assessorou o encontro, trabalhando o tema da crise ambiental na lógica do método Ver-Julgar-Agir.
Leia a seguir a Carta do 26º Encontro das CEB's da Diocese de Santa Cruz


Carta do 26º Encontro Diocesano de CEB’s
Diocese de Santa Cruz do Sul
“Nosso Planeta, nossa casa. Cuide-se!”
Às margens do Arroio Tamanduá, na capital gaúcha dos campings, município de Marques de Souza, na centenária Comunidade São Roque, estacionou o trem das CEB’s e o povo reunido, sentindo o calor que lembra o efeito estufa, porém, no ânimo do Espírito de Deus, armou sua tenda para vivenciar o 26º Encontro Diocesano das Comunidades Eclesiais de Base da Diocese de Santa Cruz do Sul. Alegramos-nos com a presença de cada irmão e irmã e nos preocupamos, sim, com a dificuldade estrutural que muitas pessoas enfrentam para poder participar e tantos companheiros de caminhada que ficam impossibilitados de vir celebrar e conviver. Também foi motivo de especial alegria a presença fraterna de nossos irmãos da Igreja Luterana.
Todo o povo presente foi acolhido num ambiente de animação, mística e fraternidade, onde a comunidade local compartilhou sua história e realidade, mostrando que o rio da vida sofre ameaças e reclama, grita por socorro.
Ainda visíveis os sinais das catástrofes de 4 de janeiro de 2010, a comunidade se revigora e celebra sua esperança num novo jeito de ser igreja, povo de Deus, nestas terras marcadas pela herança histórica e messiânica dos seguidores de Jacobina.
Na lógica do método Ver-Julgar-Agir, refletimos sobre o cuidado com o nosso Planeta, nossa casa comum. Compreendemos que a Terra é um organismo vivo e somos parte desta vida, onde tudo está interligado. Estamos na Terra e ela está em nós e tudo o que fazemos contra a natureza, se reverte contra nós e ameaça nossa existência. Hoje temos clareza de que toda a criação geme em dores de parto (Rm, 8, 22), nossa mãe e irmã Terra, a profetiza do momento, que, junto com os pobres, clama por cuidados, respeito e solidariedade. Temos consciência da nossa vocação: somos jardineiros deste belo jardim de Deus, que é o Planeta Terra, onde tudo é sagrado. Mas, a realidade nos incomoda e alerta que é hora de fazer ecoar a profecia da Terra e dos pobres e gritarmos contra a degradação e a poluição das águas, a emissão excessiva de gases de efeito estufa na atmosfera e os despejos de venenos no solo. É hora de testemunhar nossa fé no Deus criador e defensor da Vida.
À luz da Palavra de Deus, com o olhar holístico voltado para a realidade, buscamos construir coletivamente, em forma de oficinas, algumas indicações de alternativas concretas para o nosso agir. Anunciamos que a agricultura familiar camponesa, através da agroecologia, tem a oportunidade de testemunhar que é possível produzir alimentos saudáveis, respeitando os direitos do trabalhador e da natureza; Conclamamos toda a Igreja a participar, envolvendo a sociedade, no cuidado das nossas bacias hidrográficas e na garantia da qualidade e universalidade do serviço público da água que é dom de Deus e direito de todos; Anunciamos que o testemunho do catador, profeta da ecologia, é garantia de que o material reciclável vai para o destino certo e se reverte em vida; Conclamamos que todos têm o direito a uma alimentação saudável em quantidade e qualidade; E reafirmamos que a visão bíblica ecumênica de ecologia nos ajuda a entender que temos uma aliança com Deus criador e defensor da vida, para promover a justiça e a paz com toda a criação.
Encerramos nosso encontro compartilhando sobre o II Sulão de Comunidades, realizado em Londrina, no Paraná e outras informações da caminhada das CEB’s e das pastorais. Juntamente com nosso bispo diocesano, Dom Canísio Klaus, celebramos nossos compromissos na entrega de uma muda de café, vinda do II Sulão, para cada comunidade que sai deste encontro no desafio de cultivar práticas de cuidado com a vida. E antes de partirmos para as nossas comunidades, deixamos uma árvore plantada na terra que nos acolheu e limpamos rio simbólico que ilustrou nosso encontro. Nosso desafio, agora, é recuperar e preservar a beleza salutar do rio da vida.
Tamanduá, 22 e 23 de outubro de 2011.


Os Participantes do 26º Encontro
Assista AQUI o clip "O mundo que eu quis": 
http://www.youtube.com/watch?v=doNHq0JiGv0

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