segunda-feira, 30 de junho de 2014

Dia da Agricultora e do Agricultor Familiar

Seguem os textos do subsídio especial da CPT/RS para o 25 de Julho de 2014 - Dia da Agricultora e do Agricultor, trabalhadoras e trabalhadores da agricultura familiar e camponesa. Além dos textos de reflexão e formação, também está publicada neste blog a proposta de liturgia para orientar as celebrações alusivas à esta data. A publicação do Dia 25 de Julho pode ser solicitada em pdf e impressa para a coordenação da CPT/RS pelo telefone (51) 3344.4415 ou pelo e-mail: cptrs@portoweb.com.br. O subsídio também está disponível neste link: http://migre.me/kbuIr

Celebrar o dia do agricultor e da agricultora, que cultivam a terra, é celebrar a Mãe Terra e os mais de 70% dos alimentos do povo brasileiro que vem da agricultura familiar.
Neste ano de 2014, queremos: Denunciar o sistema de desenvolvimento baseado no acúmulo, que gera exclusão e miséria. E, Anunciar que a luta pela Reforma Agrária é uma luta por vida e de que é possível Viver Bem, onde a natureza é preservada, há a partilha e solidariedade.
Nessa luta a agricultura familiar tem um papel socioeconômico, ambiental e cultural importantíssimo. Assim a ONU declarou 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar com objetivo de aumentar a visibilidade dessa agricultura e dos pequenos agricultores, colocando-a no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais e internacionais, em busca de um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado.
Ao celebrarmos o Dia do Agricultor e da Agricultora celebramos a Agricultura Familiar Camponesa, mais do que um sonho de projeto, mas como uma realidade para que a vida continue acontecendo no planeta.
Que este subsídio nos fortaleça e encoraje a sermos esperança de Vida na garantia dos direitos humanos e na promoção da Agricultura Familiar Camponesa.

Agricultores familiares: alimentar o mundo, cuidar do planeta.
A Agricultura Familiar Camponesa nos traz a mística de cultivar a terra revelando uma forma de viver e cuidar da terra e do planeta, além de cuidar a vida, produzindo alimentos saudáveis para o povo. A agricultura familiar é reconhecida como um modo de vida que contribui para a transmissão entre gerações do conhecimento, a preservação dos recursos naturais e da herança cultural. Sendo de produção diversificada, está intimamente vinculada à segurança alimentar mundial. Tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, a agricultura familiar é a forma predominante de agricultura no setor de produção de alimentos.
A agricultura familiar camponesa motiva o debate sobre o modelo de produção. Há estimativas que 30% da base, no setor produtivo, já produz de maneira agroecológica. É preciso discutir com a sociedade o modelo de campo, respeitando a biodiversidade. Por isso a Agricultura Familiar desempenha, hoje, um importante papel na erradicação da fome, contribuindo para a provisão da segurança alimentar e nutricional, melhoria dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais.
O modelo do agronegócio está inviável. O impacto no ambiente e na saúde é grande. Diante disso, o discurso de que o agronegócio é o modelo responsável por alimentar o país e empregar a força de trabalho cai por terra quando se olha os dados do meio rural brasileiro. Segundo o censo rural do IBGE, a maior parte da produção para alimentação do povo brasileiro (70%) e emprego dos trabalhadores está na agricultura familiar, mesmo esta tendo menos crédito e poucas terras. O agronegócio, por sua vez, concentra terras, recebe mais créditos e produz apenas 30% do que é consumido pela população. O resto da produção, é exportado.
Investir para aprimorar a produtividade agrícola, preservar o meio ambiente, produzir alimentos saudáveis e nutritivos, além de motivar o engajamento de jovens e mulheres, devem ser prioridades para a garantia da Agricultura Familiar Camponesa.

Agricultura Familiar – Desafios
Embora A Agricultura Familiar seja a maior produtora de alimentos para os brasileiros, ela enfrenta diversos desafios:
1. Os agricultores sentem-se, muitas vezes, abandonados e empobrecidos. A atenção à saúde precária, difícil acesso à educação, falta de estradas e transportes que facilitem a comercialização de seus produtos, empurram grande parte das famílias, sobretudo os mais jovens a buscar melhores condições na cidade. E os que ficam veem sua identidade camponesa se diluir.
2. A pressão do agronegócio acaba expulsando milhares de famílias a cada ano de suas terras, com isso mantendo o êxodo rural. Na última década, mais dois milhões de pessoas abandonaram o campo. Os que resistem, sofrem por causa do endividamento e envenenamento pelos agrotóxicos. Grande parte das famílias veem seus filhos buscarem melhores condições de vida na cidade.
3. Os agricultores integrados que se tornam reféns de grandes indústrias.As dificuldades começam na hora dos contratos nos quais as indústrias impõem as regras da produção e definem, unilateralmente, os preços dos produtos.Para abastecer o mercado interno e poder exportar grande quantidade, as indústrias forçam os produtores a aumentar a produção, obrigando-os a jornadas exaustivas de trabalho, sem direito a sábados, domingos e feriados.Os agricultores entram com a terra, a infraestrutura e a força de trabalho, e as empresas com a matéria prima e ficam com toda a produção. O agricultor torna-se, assim, um prestador de serviços para a indústria, sem carteira assinada e sem direitos trabalhistas. Para evitar reclamações trabalhistas as indústrias forçam os pequenos produtores a se constituírem como empresas.
4. Os interesses das indústrias levam, também, os agricultores a ampliar suas instalações e a se especializar em apenas um tipo de atividade no processo de produção, cortando, assim, a pouca autonomia que o produtor teria ao tomar conta do ciclo completo da produção. O valor pago pelo produto, muitas vezes, não chega a cobrir os custos de produção. Pensando que estão tendo lucro, os agricultores integrados sofrem, na verdade, um empobrecimento crescente.
5. Outro grito do campo vem dos que acabam subjugados pelas grandes empresas de sementes que, com os mais eficazes meios de propaganda, convencem os agricultores a utilizarem sementes transgênicas que subordinam o agricultor ao controle das empresas às quais ele tem que pagar pelas variedades transgênicas criadas. O agricultor perde o controle sobre as sementes naturais, chamadas de tradicionais ou “crioulas”, quanto às sementes que os agricultores vieram melhorando, ao longo de séculos, adaptando as diversas espécies cultivadas às mais distintas condições ambientas e sociais. São milhares de variedades tradicionais de milho, feijão, arroz etc. que os transgênicos substituem, fazendo com que se perca a rica diversidade existente. Tudo isso impulsiona as grandes monoculturas que utilizam poucas variedades da mesma espécie. Estas culturas são facilmente suscetíveis ao ataque de pragas e doenças com grandes riscos para a produção: aumenta, assim, a demandas por agrotóxicos perigosos para o meio ambiente e para a saúde humana e animal e o agricultor fica ainda mais dependente das empresas que, além das sementes transgênicas, produzem, também, os agrotóxicos necessários.
6. Povos indígenas, Quilombolas, assentados, ribeirinhos, sem terra... Os agricultores familiares não sentem o Estado presente e atuante pela sua causa. Exemplo típico são os recursos destinados ao Agronegócio, infinitamente superior aos que são destinados a Agricultura Familiar.
7. Muitas são as formas de resistência contra a exploração que pesa sobre os agricultores familiares. A bandeira dos pequenos agricultores é levantada e defendida, de maneira especial, pelo Movimento dos Pequenos Agricultores, nascido em 1996 e que, ao lado de outros movimentos, se propõe a resgatar a identidade e a cultura camponesa, com suas diversidades regionais, a incentivar uma produção agroecológica e diversificada, a valorizar e multiplicar as sementes crioulas e a produzir comida saudável, abundante e barata para o autosustento e a alimentação dos próprios camponeses e das populações urbanas. A Via Campesina junto com outras entidades está desenvolvendo, em nível nacional, a “Campanha contra os Agrotóxicos. e pela vida”, livre de agrotóxicos e transgênicos.

Agricultura Familiar - Sinais de Esperança
Um ditado popular muito conhecido diz “a esperança é a última que morre”. Quando um agricultor(a) perde a esperança perde quase tudo, para não dizer tudo, pois a esperança é o que nos mantém vivos e apesar dos problemas. É preciso manter viva a esperança que nos mantém vivos e com coragem de enfrentar os desafios do dia-a-dia. Mas esperança do verbo esperançar como já nos ensinava o educador Paulo Freire, não é esperança de ficar esperando, mas é esperança esperançosa de lutar.
Eis alguns sinais de esperança que nos animam a continuar na roça:
1- A produção de arroz orgânico nos assentamentos – Quem participou da 37ª Romaria da Terra, em Tapes, pode levar para sua casa 1 kg de arroz orgânico produzido por famílias do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST dos assentamentos da região metropolitana de Porto Alegre, onde são produzidos mais de 300 mil sacos de arroz orgânico. Este gesto foi uma demonstração prática de que vale a pena lutar pela terra e pela permanência na terra. A Romaria da Terra mostrou que a Reforma Agrária é uma das melhores alternativas para nosso país e um sinal forte de esperança. A Reforma Agrária é um forte sinal de esperança, pois, proporciona aos agricultores, acesso à terra para viver com dignidade.
2- A alimentação que vem da agricultura familiar camponesa – Vivemos num dos países mais desiguais do planeta, em que a diferença entre os mais pobres e os mais ricos é um abismo sem igual. Esta desigualdade se revela na agricultura, quando vemos que a maior parte das terras está nas mãos de fazendeiros e de empresas transnacionais, e também no acesso a recursos públicos. Mas mesmo assim, com toda esta desigualdade, a agricultura familiar camponesa da conta da maior parte da produção de alimentos que os brasileiros consomem diariamente. É um forte sinal de esperança, pois, sem os agricultores familiares não há produção de alimentos.
O Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar, (PAA) é um dos programas mais importantes que permite que o governo compre alimentos diretamente desses agricultores e possa beneficiar diretamente famílias em situação de vulnerabilidade social. Alimentação Escolar, existe uma lei que obriga que a merenda escolar adquirida com recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) seja no mínimo 30% oriunda da agricultura familiar e que a prioridade seja adquirir dos agricultores do município. Esse percentual poderá chegar a 100%.
3- Agrobiodiversidade das Sementes Crioulas e Agroecologia – As sementes caseiras, tradicionais, comuns conhecidas por sementes crioulas, quase desapareceu, mas graças ao trabalho de recuperação junto aos agricultores feito pela Comissão Pastoral da Terra e vários movimentos sociais, estas sementes foram recuperadas. Esta é uma das grandes vitórias da luta dos últimos anos, pois, se hoje é possível voltar a produzir alimentos ecológicos é por que existem sementes crioulas, que são a base da produção de alimentos. Este trabalho permite feiras ecológicas mais diversificadas e os agricultores voltam à suas raízes, com mais autonomia e dignidade.
4- Formação e informação – Só o trabalho não basta é preciso estudo e aperfeiçoamento. A luta não é só na lavoura é também dentro da nossa cabeça, entender a realidade, a conjuntura para não ficarmos perdidos e alienados no mundo. Saber ler e escrever é um direito que muitos agricultores brasileiros não tiveram. Saber ler o mundo e saber ler no papel – a grande maioria dos agricultores camponeses do nosso país sabe muito bem ler a realidade, mas ajudaria ainda mais se soubessem ler e escrever.
No município de Dom Feliciano- RS existe um projeto de alfabetização de adultos, e é muito gratificante ver que agricultores de mais de 60 anos aprenderam ler e escrever, algo imprescindível nos dias de hoje.Capacitação de jovens nos eixos: Agroecologia, Pastoral e Político é o que a Escola de Jovens Rurais da Diocese de Santa Cruz do Sul faz para que jovens da roça se organizem em grupos de produção ecológica e lutem pelos seus direitos.
Encontro de Comunidades Tradicionais realizado em 9 de novembro de 2013 no Quilombo Rincão dos Negros, Rio Pardo(RS), envolvendo Remanescentes de Quilombos e Indígenas organizado pela CPT-RS com apoio da Cáritas. É um sinal de esperança na organização do povo pelo respeito à cultura dos povos e pela demarcação das terras que lhes é de direito. (Maurício Queiroz)
Ano Internacional da Agricultura Familiar
O Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) 2014 tem o objetivo do AIAF 2014 que é de reposicionar a agricultura familiar no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais, identificando lacunas e oportunidades para promover uma mudança rumo a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado.
O AIAF 2014 vai promover uma ampla discussão e cooperação no âmbito nacional, regional e global para aumentar a conscientização e entendimento dos desafios que os pequenos agricultores enfrentam e ajudar a identificar maneiras eficientes de apoiar os agricultores familiares.

Alguns números da Agricultura Familiar no mundo: Existem mais de 500 milhões de propriedades agrícolas familiares. Elas representam mais de 98% das explorações agrícolas. Essas terras são responsáveis por, pelo menos, 56% da produção agrícola em 56% da terra. Médias regionais: Ásia: 85%; África: 64%%; América do Norte e Central 83%; Europa: 68%; América do Sul, 18%.

Clique AQUI para acessar a Celebração do Dia da Agricultora e do Agricultor

Celebração do Dia da Agricultora e do Agricultor

Publicamos a íntegra da Celebração do Dia da Agricultora e do Agricultor Familiar - 25 de Julho de 2014 - elaborado pela CPT/RS, que todos os anos oferece aos grupos de pastoral e comunidades um subsídio completo para a reflexão e celebração desta data. Na sequência o blog da CPT/RS também disponibiliza os demais textos do subsídio especial do 25 de Julho.

Celebrar a Agricultura Familiar
(Símbolos: Terra, Água, Sementes Crioulas, Alimentos, Pão, Cruz, Ferramentas)
ACOLHIDA:
Irmãos e Irmãs sejam todos/as bem vindos e bem vindas nesta celebração. Vamos trazer presente, neste 25 de julho, a vida e a luta, do povo da roça. Sabemos que ser agricultor/a é enfrentar no dia a dia as dificuldades, as decepções da não valorização da classe roceira que produz alimentos. Ser agricultor(a) é também festejar as conquistas, as alegrias, as colheitas na firme convicção da plena realização pessoal e comunitária do dever cumprido de estar contribuindo com a erradicação da fome e da miséria.
Louvemos a Deus pelas conquistas conseguidas através das organizações. Nos penitenciamos pela falta de solidariedade e nos reanimamos para prosseguir na luta em busca de mais vida.
Estimado agricultor e agricultora é de suas mãos calejadas, que sai o alimento que sacia a fome das multidões. Oferecemos nossas mãos, como gesto de amor e gratidão e pedimos ao Deus da vida a proteção em nossa caminhada de peregrinos neste mundo. Vamos celebrar:
• As vitórias que os agricultores e as agricultoras conquistaram com sua luta;
• A resistência dos agricultores e das agricultoras, que a cada ano renovam sua esperança e seu compromisso de cuidar da mãe terra e da irmã água;
• As pessoas e entidades que apoiam e ajudam a classe trabalhadora, garantindo assim a permanência na terra.
(canto)
SINAL DA CRUZ:
(Utilizar um pote de terra e água, fazer um pouco de barro e traçar o sinal da cruz na testa uns dos outros e refletir que viemos da terra e a terra voltaremos).
PEDIDOS DE PERDÃO:
É o momento de refletirmos a nossas ações, nossos pecados...
1. Pelas vezes que desrespeitamos a Mãe Terra, envenenando-a, devastando-a, tornando-a improdutiva, Senhor tende piedade de nós.
2. Pelas vezes que desrespeitamos a mulher e o homem da roça, não dando a eles o devido valor. Cristo tende piedade de nós.
3. Pelas vezes que nós nos omitimos e aceitamos o pacote da morte (agrotóxicos, sementes transgênicas), bem como, pelas vezes, que nos desunimos ao invés de estarmos unidos, lutando por uma única causa. Senhor tende piedade de nós.
ORAÇÃO DE PERDÃO:
Concede-nos teu perdão Senhor Deus, continue nos inspirando no trabalho da roça e nos dê coragem para reagir a essas dificuldades. Ajuda-nos a ver a realidade à luz do teu projeto de dignidade para cada filho e filha, num mundo aonde não há oprimidos nem opressores.
MOMENTO DE LOUVOR:
Com.: Vamos agradecer a Deus pela nossa história, onde tantos homens e mulheres deram sua vida para organizar as comunidades e o lugar onde vivemos.
Vamos rezar o salmo 104 e após cada estrofe cantemos: Eu louvarei, eu louvarei, eu louvarei o meu Senhor.
1. Louvemos pela vida dos agricultores e agricultoras para que continuem firmes na missão de produzir alimentos e de cuidar da terra, para que sejam cada vez mais fortes e organizados.
2. Louvemos pelos Movimentos Sociais Populares e Pastorais Sociais que organizados, lutam pelos direitos dos jovens da roça e todos os agricultores e agricultoras camponeses.
3. Louvemos pela Agroecologia e pela Reforma Agrária que são sinais fortes de esperança e dignidade ao povo da roça. Louvamos pela resistência e a vida em comunidade bem como pelo meio ambiente e os alimentos saudáveis.
Oração da 37ª Romaria da Terra
Senhor Deus da Vida, vós que criastes o firmamento, a água, a terra e tudo o que nela existe; Vós que criastes o homem e a mulher para cuidarem do jardim e da vida, inspirai-nos e ensinai-nos a cultivar uma vida saudável. Vós que viveis na perfeita comunidade de amor, orientai nossas mentes, nossos corações e nossas famílias para o trabalho cooperativo, a fim de que a produção de alimentos seja frutos da união de esforços e de políticas públicas favoráveis. Fazei que todas as pessoas cuidem da terra e de todos os bens da natureza, saibam respeitar a terra na sua condição de produção saudável; Pela intercessão da Sagrada Família de Nazaré, inspirai quem cultiva a terra e, conduza a todos nos caminho do desenvolvimento sustentável e da justa distribuição dos bens da criação.
Palavra de Deus: (Mt. 13, 36-43)
Com.: No Evangelho de Mateus, Jesus nos ensina a diferença entre o joio e o trigo. Vamos ouvir atentamente a leitura para refletirmos sobre a realidade. Quem é o joio e quem é o trigo na nossa sociedade?
(Canto)
PARTILHA DA PALAVRA: OFERTÓRIO: (pão, vinho ou suco de uva).
Com.: Apresentamos aos irmãos e às irmãs os frutos da terra, produzidos com nossa resistência e trabalho que revelam nossa dignidade de pessoas e oferecemos a Deus nossas vidas. (canto)
PAI-NOSSO:
BENÇÃO DOS ALIMENTOS E PARTILHA:
Ó Deus, nosso único Pai e Senhor, Jesus nos ensinou que vós sois agricultor. Ao celebrarmos o nosso dia, pedimos vossa benção de Vida. Olhai com bondade para as dificuldades e para as lutas de todos os agricultores e agricultoras de nossa Região e do Brasil. Dai-nos muita coragem, esperança e perseverança na luta, para conseguirmos terra para trabalhar, melhores preços dos produtos e vida digna para nossa classe. Pedimos-vos isto por Jesus Cristo, vosso Filho e nosso irmão libertador. 
(Canto)
GESTO CONCRETO DE SOLIDARIEDADE:
Sugerimos que em cada celebração na comunidade e paróquia seja feita uma coleta do Agricultor e Agricultora e que os recursos arrecadados sejam para ajudar um grupo de agricultores, mulheres ou jovens da roça na organização da produção ecológica, seja apoiando na produção de sementes crioulas ou na organização de uma feira ecológica.
BENÇÃO DAS SEMENTES CRIOULAS E DA ÁGUA:
Senhor, nós reconhecemos a vossa presença nas maravilhas da criação. Reconhecemos o valor da terra, da água e das sementes como dom e direito de todas as pessoas. Nós vos louvamos e vos agradecemos pelo alimento que temos e pela água que bebemos. Que eles nos sustentem na caminhada e na luta, a fim de que todos tenham em suas mesas o alimento de cada dia. Ó Deus abençoe esta água, as sementes, os agricultores e as agricultoras, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 
(Canto)
BENÇÃO FINAL:
O Senhor Deus nos abençoe e proteja, esteja em nossa frente para guiar, ao nosso lado para proteger, atrás para resguardar e acima para nos abençoar. Que Ele nos dê força para seguirmos na luta pela vida. Ele que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém, Axé, assim seja.

Clique AQUI para acessar o Subsídio da CPT/RS sobre o Dia da Agricultora e do Agricultor

terça-feira, 10 de junho de 2014

Escola de Jovens Rurais realizou etapa de formatura


A Escola de Jovens Rurais-EJR realizou sua etapa de conclusão do curso, com a formatura de 68 jovens vindos dos municípios de: Chuvisca, Amaral Ferrador, Dom Feliciano, Encruzilhada do Sul e Rio Pardo. A etapa aconteceu em Rio Pardo nos dias 30, 31/05 e 01/06/2014 e priorizou o tema “Os Passos para Organização de um Projeto”, além do planejamento e organização, bem como o compromisso de os jovens se manterem articulados e convidarem outros jovens para a nova turma que irá iniciar provavelmente no início de setembro. Ficou bem claro que a formatura não significou o fim, mas o início de uma grande luta e caminhada pela frente.
A Etapa contou com muita animação e a disposição da juventude na luta por um mundo melhor, mas justo e solidário. Os jovens assistiram ao filme “O Veneno Está na Mesa 2” que trás bem forte a realidade dos agrotóxicos no Brasil, os problemas de contaminação a que as pessoas estão expostas, sejam agricultores bem como consumidores, por que ambos são vítimas. Os jovens reforçaram o compromisso com a agroecologia.
O bispo diocesano Dom Canísio Klaus, fez uma visita aos jovens no sábado dia 31 e falou para os jovens das 11h até meio dia. Na sua fala o bispo reforçou o seu apoio a Escola de Jovens Rurais-EJR e repetiu palavras ditas pelo Papa Francisco, “Ide sem medo para servir” além de conversar com a juventude, Dom Canísio deu uma boa dica de como passar o inverno sem gripe, segundo ele 4 ingredientes são fundamentais usar todos os dias, limão, alho, cebola e mel. Abençoou os anéis de Tucum que cada jovem recebeu em sinal de compromisso com a causa da agroecologia, do meio ambiente e também social.
A formatura aconteceu no domingo com uma bonita missa presidida pelo padre Pedro Bernardo Rochenback, padre que há muitos anos é atuante na Comissão Pastoral da Terra e apoiador assíduo da Escola de Jovens Rurais-EJR. Durante a missa os jovens reforçaram o compromisso pelas causas ambientais, pela agroecologia, pelo trabalho em grupo, compromisso social e de continuar sempre na Rede da Escola de Jovens Rurais. Após a cerimônia, não poderia faltar o gostoso almoço servido aos jovens e aos familiares que vieram nesta ocasião tão especial.

“Sempre nos perguntam, muitas vezes agressivamente. Onde estão esses jovens? Dá algum resultado, onde estão os resultados? E nós sempre fizemos questão de responder que sempre vale a pena apostar na juventude! E que os resultados aos poucos vão aparecendo, basta dar chance e apoio aos jovens” – Maurício Queiroz –Téc.Agrícola e um dos coordenadores da EJR.

“68 Jovens realizando formatura na Escola de Jovens Rurais, com muita emoção e muita esperança junto com pais e avós. Fiquei muito, mas muito feliz mesmo com o maravilhoso grupo de jovens”- Oldi H.Jantsch uma das coordenadoras da EJR e coordenadora da Comissão Pastoral da Terra Diocesana.

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar." Eduardo Galeano

Contribuição de Maurício Queiroz - técnico agrícola, agente de pastoral da CPT na Diocese de Santa Cruz do Sul, coordenação da EJR e membro da Coordenação da CPT-RS