O texto que segue é uma breve avaliação da 36ª Romaria da Terra que aconteceu em Bento Gonçalves-RS - Diocese de Caxias do Sul, no dia 12 de fevereiro de 2013, na Comunidade Bom Pastor - Parque Municipal ABCTG, com o Tema: “Terra, Vida e Cidadania” e Lema: “Terra e Cidadania: princípios do bem viver”. Na foto uma homenagem ao fundador da Romaria da Terra no Rio Grande do Sul, Irmão Antônio Cechin.
Desde o momento que assumimos o compromisso de sediar a 36ª Romaria da Terra, era nosso desejo não reduzi-la a um Evento; mas que, no processo, viesse fortalecer a caminhada da Agricultura Familiar: reforçando a consciência de participação da família nas entidades, rearticulando os jovens rurais e estreitando os laços do campo com a cidade.
Para tanto, foram convidados a fazer parte na construção da Romaria as cooperativas, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR), os Sindicatos de Trabalhadores Urbanos, Associações de Agricultores Ecologistas, EMATER e, em nível da Igreja, as paróquias da Diocese, os representantes de Pastorais Sociais e do Conselho Diocesano de Leigos.
Ao escolhermos como tema: TERRA, VIDA e CIDADANIA e lema: TERRA e CIDADANIA: PRINCÍPIOS DO BEM VIVER, visamos contemplar a nossa história e os desafios atuais. A Terra Repartida gerou vida e dignidade. Há 135 anos na região da Serra Gaúcha as terras foram repartidas no processo de colonização. Com trabalho, organização de classe e mantendo viva a fé e os valores da solidariedade e da cooperação, os/as trabalhadores/as vindos de diversos países da Europa, em busca de melhores condições de vida, construíram as suas comunidades, cooperativas, cidades e um modelo de Desenvolvimento, tendo como base a Agricultura Familiar.
A Agricultura Familiar foi e é fundamental no desenvolvimento desta e de outras regiões. Mas, hoje, ela se encontra numa encruzilhada. Embora, ainda envolva um número considerável de pessoas (no mundo em torno de 1 bilhão e 500 mil pessoas); produza aproximadamente 70% dos alimentos que vão à mesa do povo brasileiro; gera 4 de cada 5 postos de trabalho no meio rural... os agricultores familiares recebem somente 25,3% dos financiamentos públicos. O atual modelo econômico privilegia o Agronegócio. Ou seja, uma agricultura baseada na monocultura, no uso de pesticidas e Aditivos químicos, visando produzir alimentos para a exportação. E, como consequência, uma grande parte das propriedades rurais não tem sucessores, pois este modelo esvazia o campo. Os jovens estão indo embora da “colônia”. O uso indiscriminado de Agrotóxicos destrói a Biodiversidade causando mortes, inclusive de Seres Humanos. As entidades não conseguem mais mobilizar a categoria e se reduzem a diretorias, nas quais as mulheres estão ausentes.
A Agricultura Familiar foi e é fundamental no desenvolvimento desta e de outras regiões. Mas, hoje, ela se encontra numa encruzilhada. Embora, ainda envolva um número considerável de pessoas (no mundo em torno de 1 bilhão e 500 mil pessoas); produza aproximadamente 70% dos alimentos que vão à mesa do povo brasileiro; gera 4 de cada 5 postos de trabalho no meio rural... os agricultores familiares recebem somente 25,3% dos financiamentos públicos. O atual modelo econômico privilegia o Agronegócio. Ou seja, uma agricultura baseada na monocultura, no uso de pesticidas e Aditivos químicos, visando produzir alimentos para a exportação. E, como consequência, uma grande parte das propriedades rurais não tem sucessores, pois este modelo esvazia o campo. Os jovens estão indo embora da “colônia”. O uso indiscriminado de Agrotóxicos destrói a Biodiversidade causando mortes, inclusive de Seres Humanos. As entidades não conseguem mais mobilizar a categoria e se reduzem a diretorias, nas quais as mulheres estão ausentes.
Diante deste contexto, a Romaria da Terra lançou o desafio de reunificar as forças que acreditam em outra agricultura Possível! Uma agricultura que produza cuidando do meio ambiente e tendo presente as necessidades das pessoas. Que valorize os jovens e as mulheres. Que tenha como foco o mercado local. Que controle as inovações tecnológicas. Que estimule o consumo Consciente...
As reuniões preparatórias e a produção de material preocuparam-se em aprofundar temas como: Agroecologia, Consumo Consciente, Realidade Juvenil... A partir do debate destes temas, constatou-se a necessidade da Romaria da Terra ter um espaço próprio para os jovens discutirem os seus problemas e sonhos: o ACAMPAMENTO DA JUVENTUDE, que foi um sucesso na sua organização e discussão dos temas, através de oficinas, de momentos fortes de mística.
Claro que, como em todos os trabalhos populares, tivemos problemas: boicotes, inclusive de agentes religiosos; alguns “iluminados” colocando a carroça na frente dos bois... mas, acreditamos que a Romaria da Terra, na Serra Gaúcha, ajudou a levantar inúmeras questões inerentes à Agricultura e ajudou a própria Igreja a dar-se conta que precisa assumir com mais firmeza esta causa. A solução dos problemas passa pela articulação das forças sociais do campo e da cidade. As organizações urbanas tem o desafio de incluir em suas pautas novos temas, tais como: consumo consciente, desenvolvimento sustentável, preservação do Meio Ambiente...
Como compromissos, estamos levando em frente a organização de uma cooperativa de Consumidores de produtos Agroecológicos, com a participação de Sindicatos de Trabalhadores Urbanos, incentivando os jovens a conhecerem e participarem de suas entidades (Sindicatos de Trabalhadores, cooperativas...) e, a partir de trabalhos da Saúde Preventiva, animar a participação das mulheres nas entidades de classe.
Equipe de elaboração do Jornal Voz da Terra, da CPT-RS
Página Romaria da Terra
Equipe de elaboração do Jornal Voz da Terra, da CPT-RS
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