quarta-feira, 27 de junho de 2012

SOJA TRANSGÊNICA ESTERILIZA MULHERES


Cientistas russos alertam por meio da Associação Nacional para a Segurança Genética da Rússia, que alimentação com soja GM (Geneticamente Modificada) causa esterilidade até a terceira geração, como também a aumento da mortalidade de fetos.
Esta descoberta foi a partir de pesquisas com outros mamíferos, entre eles os que apresentaram resultados mais significativos foram os suínos. Lembre-se que o suíno é um dos mamíferos com quem temos mais similaridade genética (insulina usada em humanos, por exemplo, é removido do pâncreas deste animal).
Não é de hoje que é de conhecimento da comunidade científica internacional que o consumo de alimentos GM tem aumentado significantemente o o aparecimento de câncer e deformidade em fetos, entre outras doenças como alergias, diminuição da imunidade, entre outros.
Mesmo com todas essas provas, nossos representes políticos são incapazes de acabar com a comercialização de plantas GM ou de pelo menos aumentar o rigor da fiscalização e rotulagem, ao contrário, cada vez mais fortalecem as empresas desse setor que por sua vez tem forte lobby junto a parlamentares, governantes e cientistas. 
E no final das contas, quem será responsável pelo aumento de câncer em crianças e pelo aumento de infertilidade?
Essa questão (consumo de alimentos transgênicos) esta totalmente ligado ao poder dos consumidores/as. São as pessoas comuns que têm que tomar uma atitude e se informar melhor sobre os alimentos GM, atentando para produtos que possuam a rotulagem como transgênicos e observando também quem são os políticos que defendem os transgênicos...

Extraído do site "Cá Prá Nós", informativo da Associação Agroecológica Tijupá (www.aatijupa.org)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Antonio Cechin, irmão marista, Profeta da Ecologia


Publicado por IHU On-Line, na edição de segunda-feira, 18 de junho de 2012.
Onem, domingo, dia 17 de junho, celebramos os 85 anos de vida de Antonio Cechin.
Antônio Cechin, irmão marista, miltante dos movimentos sociais, autor do livro  Empoderamento Popular. Uma pedagogia de libertação. Porto Alegre: Estef, 2010. Ele publica, periodicamente, os seus artigos nas Notícias do Dia do sítio do IHU. A última, intensamente comentda e debatida, se intitula Carroças em Porto Alegre, um símbolo.
A celebração do aniversário foi realizada ontem, domingo, no salão da Igreja Na. Sa. da Pompéia, na Barros Cassal, em Porto Alegre.
Muitos militantes dos movimentos sociais do Rio Grande do Sul estiveram presentes. Foi destacada a presença de dezenas de participantes do movimentos de catadores e recicladores de Porto Alegre e região metropolitana, os Profetas da Ecologia.
Esteve presente igualmente Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul - PT e Adão Villaverde, pré-candidato à prefeitura de Porto Alegre pelo PT.
Pe. Agostinho Sauthier, secretário executivo do Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB destacou o trabalho catequético e ecológico de Antônio Cechin.
Irmão Antônio Cechin - um apaixonado pelo povo
Antônio Cechin influenciou uma geração de militantes no Rio Grande do Sul e no país. Foi o criador da Romaria da Terra, da Romaria das Águas e idealizador da missa em honra a São Sepé Tiaraju. É também co-fundador do Movimento Nacional Fé e Política. Foi perseguido pela ditadura militar, preso e torturado. Incompreendido em sua própria Congregação religiosa, o Ir. Antônio Cechin dedicou a sua vida em defesa dos mais pobres.
Atualmente, é Agente de Pastoral em diversas periferias da região metropolitana de Porto Alegre, assessor de Comunidades Eclesiais de Base do Rio Grande do Sul, dos catadores e recicladores. Desempenha ainda a função de coordenador do Comitê Sepé Tiaraju e daPastoral da Ecologia do Regional Sul-3 da CNBB.
Um pouco da vida do Ir. Antônio Cechin pode ser conhecida através de duas entrevistas que concedeu ao IHU On-Line. A primeira delas publicada no dia 23-02-2007, intitulada “A utopia da Terra sem males”.
E a segunda, mais recente, recordando os seus 80 anos de vida, publicada na revista IHU On-Line, edição 223, 11-06-2007, intitulada “Os pobres me evangelizaram”.
Alguns depoimentos de militantes e amigos do Ir. Antônio Cechin também podem ser lidos na edição da Revista IHU On-Line n. 223, 11-06-2007. Nas Notícias do Dia pode ser lido o depoimento de João Pedro Stédile que foi lido por ocasião da celebração dos 80 anos.
Ao Ir. Antônio Cechin as nossas homenagens pelos seus 85 anos e agradecimento pelo exemplo de vida e dedicação aos pobres do Reino.
Fonte: IHU On-Line

segunda-feira, 18 de junho de 2012

12º Encontro de Sementes Crioulas: Sementes Crioulas “Patrimônio dos Povos”


Aconteceu no dia 13 de junho de 2012 em Vale do Sol-RS, o 12ºEncontro Diocesano de Sementes Crioulas. O encontro que é organizado todos os anos pela CPT Diocesana em municípios diferentes, reuniu mais de 450 participantes de vários municípios da região, sendo a maioria pequenos agricultores(as) e jovens da roça envolvidos na preservação e multiplicação de sementes crioulas, além de grupos de produção ecológica. 
O encontro contou com uma profunda espiritualidade conduzida pelo Padre Pedro Bernardo Rockenbach e o Pastor Claudinei Stack que refletiram o texto bíblico de Isaías (65, 17-25)”O novo céu e a nova terra”. Trazendo a mensagem para os dias de hoje, o sonho de termos uma sociedade mais justa, fraterna com ecologia e justiça social.
Em seguida, após a abertura, houve a palestra da Nutricionista Regina Silva Miranda que abordou a importância do tema das sementes crioulas para a segurança e soberania alimentar dos povos do mundo inteiro. Segundo ela “somos o que comemos, devemos priorizar os alimentos da época e da região. Ali-mento, é aquele que está próximo e lá-mento é a alimentação que viaja km e mais km, custando ao meio ambiente além de ser cheia de veneno, e que não alimenta”.Ela ainda reforçou a importância dos alimentos ecológicos e que são infinitamente superiores aos alimentos produzidos com agrotóxicos. Lembrou ainda “se vocês estiverem em um lugar para almoçar ou jantar e estão na dúvida do que comer. Feijão e arroz sempre é a melhor escolha, o feijão com arroz é o prato brasileiro e que só faz bem”. “Não mais que 10 empresas no mundo controlam as sementes, os alimentos, produzem venenos que geram doenças e produzem “medicamentos”, é um círculo vicioso ao qual estamos dependentes”. 
O almoço foi a base de “Prato Forte”que é uma comida típica de Vale do Sol que tem como ingredientes galinha caipira e mais de 20 tipos de temperos e legumes. Acompanhado de 1 copo de suco de uva ecológico.
No início da tarde houve apresentações culturais, com espaço aberto para quem quisesse cantar, e foi muito legal as apresentações, com destaque aos Quilombolas de Rincão dos Negros de Rio Pardo que subiram no palco e cantaram uma música. 
PAIs-Produção Agroecológica Integrada e Sustentável foi a experiência da tarde relatada pelos próprios agricultores e agricultoras de Vale do Sol envolvidos no projeto que integra produção ecológica de hortaliças e criação de galinhas caipiras. Esta experiência chamou a atenção do pessoal, pelo sucesso que está fazendo no município, especialmente por ser a experiência que está produzindo a maioria dos alimentos para a merenda escolar do município.
O encontro é de Sementes Crioulas, ou melhor dos agricultores e agricultoras e suas sementes crioulas sendo este o principal destaque do encontro com a presença massiva de agricultores(as). Quem participou do encontro ficou fascinado pela agro-biodiversidade trazida pelos agricultores(as).  Além da troca de sementes crioulas entre os presentes os agricultores puderam comprar sementes uns dos outros colocando em prática um outro tipo de economia, economia local e solidária. Poderíamos dizer Encontro Diocesano de Sementes Crioulas e Feira da Agrobiodiversidade.
“Trago estas sementes de milho que são produzidas há cerca de 120 anos na minha família, a Pastoral da Terra e os agricultores estão de parabéns por organizar encontros como este, que valorizam o agricultor e suas sementes”, dizia um pequeno agricultor de Formosa, município de Vale do Sol.
Com a grande participação e a linda amostra de Biodiversidade ficou provado que o povo quer as sementes crioulas e ao mesmo tempo uma forma de protesto contra as multinacionais que controlam as sementes, contra os transgênicos e contra os agrotóxicos.
O 13ºEncontro Diocesano de Sementes Crioulas vai acontecer em 2013 no município de Cruzeiro do Sul-RS.
Agradecemos aos agricultores e agricultoras presentes, as entidades de apoio e que ajudaram a organizar este encontro.

Oldi Helena Jantsch e Maurício Queiroz
Pela coordenação do encontro e da Comissão Pastoral da Terra Diocese de Santa Cruz do Sul

Stedile: "Agronegócio tem mais poder econômico que o governo federal"

João Pedro Stedile, dirigente do MST é entrevistado do programa Brasil em Discussão, da Record News.
Na bancada de entrevistadores, Heródoto Barbeiro e Ricardo Korscho.
Assista AQUI a íntegra da entrevista.

terça-feira, 5 de junho de 2012

40 anos do Dia Mundial do Meio Ambiente: um tempo de deserto e conversão

Por Pilato Pereira*
Comecei a acompanhar e celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, quando criança, na escola, mas desde antes de frequentar a sala de aula, meus pais, em casa e na pequena roça, me educavam para a ecologia. Onde fui assimilando na mente e no coração duas importantes dimensões da ecologia: a ecologia do encantamento, do maravilhar-se pelas dádivas da natureza e a ecologia do cuidado, de sentir-se solidário e não permitir o sofrimento de nenhum ser ou forma de vida. Na base destas duas ecologias tem uma espiritualidade ecológica, um sentimento de que tudo é sagrado e em todas as formas da natureza está a presença de Deus Criador.
Quando criança, no entanto, até percebia alguns descuidos, abandonos e maus tratos com a vida, mas não sabia que era tão agressiva a ação do ser humano contra a Terra em todas as partes do mundo. E foram as celebrações do Dia e da Semana do Meio Ambiente que me despertaram para uma terceira dimensão da ecologia, que é a ecologia da indignação que leva para a militância socioambiental. Com certeza, o Dia e a Semana Mundial do Meio Ambiente tem esta característica. É um momento para que a sociedade humana pense, questione e tome novas atitudes com relação ao meio ambiente. Além do encantamento e do cuidado cotidiano que temos com a natureza, precisamos defender os direitos de todos os seres vivos, a dignidade de todas as formas de vida para que tudo possa viver.
Hoje faz 40 anos que, em 1972, em Estocolmo, na Suécia, no seu primeiro encontro mundial sobre meio ambiente, a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu a data de 5 de junho como o “Dia Mundial do Meio Ambiente”, o Dia da Ecologia. Naquele momento também foi criado o UNEP (PNUMA) Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. E se confirmou que o meio ambiente deve estar no centro das preocupações da humanidade, e que o futuro da Terra depende do desenvolvimento de valores e princípios que garantem o equilíbrio ecológico.
Depois de 40 anos celebrando o Dia Mundial do Meio Ambiente, o mundo já está repleto de iniciativas e projetos que priorizam a salvaguarda da natureza. Porém, vivemos um momento crítico da civilização humana, em que os problemas ambientais se agravam e emerge a necessidade de dialogar, de somar forças, de partilhar ideias e práticas sustentáveis, ao mesmo tempo em que é premente mobilizar e denunciar. E pensando nisso, surgem alguns questionamentos. Após 40 anos da proclamação da ONU, o meio ambiente está no centro de nossas preocupações? A comunidade humana está desenvolvendo os valores e princípios que garantem o equilíbrio ecológico? Com certeza, as respostas para estas questões de avaliação dos 40 anos do Dia Mundial do Meio Ambiente não estão nos discursos alusivos a esta data, mas nas ações cotidianas das pessoas, nos modelos de empreendimentos das empresas e nas políticas dos governos. 
Nestas 4 décadas a questão ecológica ganhou espaço nos meios de comunicação, nas escolas, nas conversas cotidianas, nos movimentos sociais, partidos de várias tendências, nas pastorais, nas universidades e em vários lugares e espaços da vida social. O meio ambiente ganhou o discurso da nossa geração, virou tema propício para nossas conversas. Agora, porém, cabe-nos uma autocrítica. Neste período em que progredimos tanto na maneira de ver a questão ambiental, evoluímos no debate e alargamos os espaços de ocupação das temáticas ambientais, precisamos interrogar nossas ações e avaliar os resultados das nossas decisões sobre o meio ambiente.
Com tanto debate que a ecologia nos proporcionou, será que realmente mudamos a maneira de pensar e ver a vida? Mudamos nossas arcaicas concepções sobre a natureza, sobre as pessoas e as mais diversas formas de vida? Sim! Estamos preocupados. Mas, estamos decididos a mudar o padrão de consumo, por exemplo? Aprendemos a usar os recursos naturais de forma sustentável? Ainda mantemos nossa ganância, o luxo, a opção pelas facilidades a todo custo, sem nos perguntarmos sobre a capacidade sustentável do planeta e sobre as necessidades das outras pessoas e de outros povos e das futuras gerações?
Já no primeiro encontro da ONU sobre meio ambiente, acima referido, se confirmou que o futuro da Terra depende do desenvolvimento de valores e princípios que garantem o equilíbrio ecológico. E, hoje, onde estão esses valores e princípios? Se eles existem, então, devem estar movendo nossas ações. A ecologia nos abre os horizontes, nos faz ver a realidade socioambiental, nos interpela para a ação, mas questiona e ilumina nosso agir. Não basta simplesmente agir, é preciso mudar, transformar de dentro para fora.
Como diz o teólogo Leonardo Boff, é preciso mudar nosso paradigma. Ou seja, precisamos mudar a matriz do nosso modelo de sociedade, das nossas concepções, valores, pensamentos, conceitos. Uma mudança de vida para preservar a Terra e tudo o que vive nela, requer uma mudança profunda no ser humano. Em relação a muitas coisas, até podemos fazer opções e tomar atitudes sustentadas por campanhas publicitárias. Mas, as nossas ações ecológicas precisam ser sustentáveis, precisam ser amparadas por valores e princípios fundamentais e profundos. Nosso agir ecológico deve ser consistente, não pode ser descartável e precisa consistir e evoluir de geração em geração. É preciso atitude de conversão, um verdadeiro tempo de deserto, como foram os 40 anos do povo hebreu com Moisés rumo a “Terra Prometida”, relatados nas páginas da Bíblia Sagrada.
Que o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Dia da Ecologia, nos faça pensar e agir. E também nos ajude a mudar o modo de pensar e agir. Pensar sem agir é anular o pensamento e agir sem pensar é a pura prepotência de achar que se está fazendo tudo certo. Precisamos, não só colocar em prática as nossas teorias, mas teorizar, questionar e refletir sobre nossas práticas. E, se preciso for, temos que ter a coragem de mudar para preservar a vida.
Feliz Dia do Meio Ambiente.
*Pilato Pereira é membro da coordenação colegiada da CPT-RS , mestre em Teologia Sistemática pela PUCRS, com pesquisa em Ecumenismo e Ecologia