sexta-feira, 29 de julho de 2011

''Integrar água e natureza: eis uma abordagem sustentável''.

Entrevista especial com Gerôncio Rocha
"A crença na capacidade infinita da depuração dos rios não se sustenta, pois nos centros urbanos fica muito claro o déficit de saneamento e o quanto as águas e os rios estão sofrendo as consequências, daí crises de abastecimento em meio a tanta água”, assinala Gerôncio Rocha, ao comentar o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, produzido pela Agência Nacional de Águas – ANA.
Segundo ele, a má qualidade da água nas metrópoles brasileiras é consequência da ocupação crescente, de atividades econômicas intensivas, da desnaturalização das bacias hidrográficas e, principalmente, do passivo ambiental acumulado ao longo dos anos. Diante da diversidade de problemas e das diferentes dinâmicas ambientais e econômicas que caracteriza cada região do país, “torna-se difícil adotar um único modelo de gestão de águas que seja adequado para cada uma destas regiões simultaneamente”, aponta.
Em entrevista à IHU On-Line concedida por e-mail, Rocha menciona que o atendimento da coleta de esgotos aumenta 1% ao ano, passando, de 48% em 2005, para 54%, em 2011. Há 30 anos, explica, “a causa maior dos baixos índices de saneamento era a falta de recursos financeiros. Companhias de saneamento e entidades de classe do setor desenvolveram um discurso lamuriento que justificava até a inação frente ao problema”. Hoje, com uma conjuntura econômica e social em ascensão, enfatiza, “há um forte consenso de que as ações de saneamento terão de acontecer de forma integrada e colaborativa entre os três níveis de governo”.
Graduado em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Gerôncio Rocha é geólogo da Coordenadoria de Recursos Hídricos da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. É autor de Um copo d’água (São Leopoldo: Unisinos, 2003).

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