sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Agroecologia: Demanda por Alimentos de Maior Qualidade e com Segurança Alimentar

Por Rodrigo Battistella

Durante os últimos anos, temendo-se a previsão de Thomas Malthus, que no fim do século XVIII pregava que a humanidade cresceria a uma taxa geométrica e a oferta de alimentos a uma progressão aritmética, o que culminaria em uma falta crônica de alimentos e mergulharia o mundo em uma onda de fome, procurou-se aumentar a produtividade de alimentos por área com o emprego de tecnologias oriundas do uso de fertilizantes químico-minerais, agroquímicos, melhoramento de plantas e intensificação de criações.
Tal prática cumpriu seu dever inicial e as previsões catastróficas da teoria malthusiana não se cumpriram, sendo hoje a produção de alimentos compatível com a necessidade alimentar da humanidade, ainda com excedentes. Porém, o uso indiscriminado de tais tecnologias causou e vem causando grande impacto ao ambiente, refletindo isso na degradação do solo, surgimento de pragas e doenças de controle cada vez mais difíceis, sistemas produtivos cada vez mais dependentes de insumos externos, perda de soberania e segurança alimentar.
Estes problemas vêm causando na sociedade uma discussão sobre os modelos produtivos de alimentos. Desafia a pensar modelos baseados na lógica de se produzir mais por área sem observar os impactos desta prática ao meio ambiente nem a qualidade nutricional e de segurança alimentar. Além disso, é importante levar em conta a capacidade de se manter estes sistemas ao longo do tempo, pois os recursos naturais não são inesgotáveis.
Estas discussões vêm avançando e gradualmente percebe-se uma demanda da sociedade por alimentos produzidos de forma sustentável. Isso se dá num duplo sentido. Em um primeiro momento, preocupados com aspectos de qualidade e segurança alimentar e, em um segundo momento, preocupados com a degradação que estes sistemas convencionais provocam ao planeta. 
Neste contexto, aparece a alternativa da produção agroecológica, caracterizada não apenas por priorizar critérios produtivos, mas também por  respeitar as questões ambientais e ofertar alimentos seguros e nutritivos.
A produção agroecológica, adapta-se a um desenho agrícola de pequenas propriedades, com produção variada, não focada em uma única cultura, e desta forma encontra na agricultura familiar um amplo espaço para expansão. Transforma-se em alternativa de grande valia para a agregação de valor e manutenção deste tipo de produção, uma vez que este segmento da agricultura não é competitivo quanto à produção de monocultivos.
De acordo com o senso agropecuário de 2006, o país conta com 4,93 milhões de hectares destinados à produção de orgânicos, em cerca de 90 mil estabelecimentos. Levando-se em conta que o número de estabelecimentos de agricultura familiar no mesmo período era de 4,3 milhões estabelecimentos e que ano a ano aumenta o número de consumidores interessados em produtos orgânicos, percebe-se o potencial de aumento da adoção da produção agroecológica por parte de produtores familiares.
Outro fator que indica o aumento da produção orgânica nas propriedades familiares são os benefícios trazidos por esta atividade aos agricultores, além de um aumento dos preços pagos a estes produtos, que em alguns casos pode representar um aumento de 100%na comparação como produto convencional. Nesta perspectiva, os agricultores trabalham em um sistema de produção menos agressivo à própria saúde, uma vez que nos modelos atuais é inevitável o uso de agroquímicos e, por conseguinte, o contato do produtor com tais moléculas.
O modelo de produção orgânica também se caracteriza pela capacidade de resiliência, pois permite que o meio ambiente reponha naturalmente aquilo que foi utilizado. Favorece a preservação de fontes e rios, pelo não uso de agrotóxicos. Em síntese, caracteriza-se por uma relação harmônica entre ser humano e meio ambiente, a exemplo do que Deus sonhou para a humanidade em relação aos bens da criação. 
Desta forma, a adoção da produção agroecológica emerge como uma prática viável de agregação de valor para as propriedades familiares, remunerando melhor os agricultores adotantes destas práticas, e se apresenta aos consumidores como uma forma de oferta de alimentos de qualidade nutricional superior e com garantias de segurança.

Questões para debate:
1) Quais os alimentos que hoje os agricultores conseguem produzir sem agrotóxicos?
2) Levando em conta a criação do mundo, o que Deus diria hoje aos usuários da Terra?

Um comentário:

  1. se DEUS viesse hoje fazer uma visita a sua CRIAÇÂO com certeza expulsaria
    toda a expecie HOMMUS HUMANUS
    hardi richard
    01/02/2015
    .

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