NOTA
E PROPOSTA DA VIA CAMPESINA – RS
EM
DEFESA DOS PEQUENOS AGRICULTORES(AS) QUE RESIDEM EM ÁREAS INDÍGENAS E
QUILOMBOLAS
Diante da situação difícil e dolorosa vivida por pequenos
agricultores(as) residentes em áreas identificadas e reconhecidas
constitucionalmente como áreas indígenas e de quilombolas, os Movimentos que
compõe a Via Campesina vem diante da sociedade e dos Governos Federal e do Rio
Grande do Sul, defender o seguinte:
O
Estado é Responsável
Esta situação foi
criada no passado pelo próprio Estado colonizando, vendendo, escriturando e
cedendo aos pequenos agricultores(as) terras que pertenciam aos povos indígenas
e a população negra. Portanto, cabe ao Estado mediar o conflito instalado,
negociar e encontrar soluções que atendam aos direitos dos pequenos
agricultores(as) que foram colocados, em época passadas, em áreas reconhecidas
pela Constituição como terras indígenas e quilombolas.
A Via Campesina reconhece e defende os direitos dos
índios e quilombolas às suas terras e territórios reconhecidos pela
Constituição.
Solução
Existe, Basta Vontade Política
A
Via Campesina propõe aos Governos, baseada inclusive em ações já desenolvidas e
negociadas em governo passados, como forma de resolver a situação, reassentar
as famílias de pequenos agricultores(as) residentes em áreas reconhecidas como
indígenas ou quilombolas, garantindo a todos os seus direitos à terra, casa e
vida digna.
A Via Campesina propõe:
Módulo Mínimo por Família – mais de
18 hectares
Reassentamento de todas as famílias com área
de terra do tamanho mínimo do módulo da região (na maioria dos casos, áreas
maiores de 18 hectares);
Terra para Filhos e Filhas Maiores
de 18 anos
Reassentamento dos filhos e filhas maiores de
idades das famílias residentes em áreas indígenas ou quilombolas, também com
área do tamanho do módulo da região;
Terra
Por Terra
Reassentamento de pequenos agricultores de até
quatro módulos que tenham áreas maiores de um módulo nas áreas indígenas ou
quilombolas, reassentados com área igual a que tem atualmente, recebendo terra
por terra.
Terra na Região onde vivem as
Famílias
Reassentar as Famílias na mesma região onde
está sendo reconhecida a área indígena ou quilombola.
Casa, Energia, Água, Escolas e Infrestrutura
Estes reassentamentos terão que receber condições de
moradia, luz, água e infraestrutura para garantir condições dignas de vida para
as famílias a serem reassentadas.
Denunciamos
as Manobras de Políticos e Latifundiários Grileiros de Terras Públicas
A Via Campesina não aceita, rechaça e condena toda e
qualquer forma de violência cometidas contra indígenas e quilombolas em luta
por seus direitos.
A
Via Campesina não aceita que erros e injustiças históricas promovidas pelos
vários governos ao longo dos anos, o que implica responsabilidade do Estado,
seja hoje usado para jogar pobres contra pobres, negando os direitos de ambos e
gerando insegurança, angústia e incertezas para todos, acirrando ânimos estimulando
conflitos.
A Via Campesina Denuncia a manobra de grandes fazendeiros
latifundiários de vários pontos do Brasil, grileiros de terras indígens e
quilombolas, que usam o argumento de defender os pequenos agricultores(as) como
escudo para defender suas terras mal havidas e hoje reconhecidas constitucionalmente
como terras indígenas e quilombolas.
Denunciamos também as tentativas legislativas (Projetos
de Lei, PEC´s) de desmonte dos direitos constitucionais dos povos e comunidades
tradicionais, pois são os mesmos que bloqueiam o avanço da reforma agrária e da
agricultura camponesa.
Diante da gravidade do que está em disputa, a Via
Campesina conclama todos os setores populares e progressistas a se manifestarem
em defesa dos direitos de reassentamento dos pequenos agricultores(as), em
defesa dos direitos dos indígenas e quilombolas e exigir do Estado Brasileiro
que cumpra com suas responsabilidades e atribuições.
Porto Alegre, 07
de junho de 2013.
Via
Campesina – Rio Grande do Sul
Estou com vocês nesta luta na busca por direitos contra um Estado autoritarista, hipócrita e excludente.
ResponderExcluirVamos juntas lutar pelos direitos dos indígenas, quilombolas e dos pequenos agricultores.
Helô