sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Site de Centro norte-americano destaca personalidades que lutam contra a escravidão contemporânea no mundo

O Centro Nacional de Liberdade Underground Railroad acaba de lançar o site www.tipawards.org, em que pessoas que travam significativas batalhas ao redor do mundo contra a escravidão contemporânea são destacadas com perfis contendo a descrição de sua atuação. O frei Xavier Plassat, da CPT, é um deles.

(Com informações de Freedom Center)

O Centro Nacional de Liberdade Underground Railroad é um museu de 150.000 metros quadrados em Cincinnati, OH, Estados Unidos, cuja missão é contar a história de abolicionistas, de pessoas que lutam pelo fim da escravidão no mundo. O museu inicialmente se dedicou aos abolicionistas que lutaram contra a escravidão em 1800, nos Estados Unidos, e deu continuidade com essa tradição, contando as histórias de abolicionistas de hoje. O Centro acredita que o site pode ser uma ferramenta que ajude a manter o foco sobre as pessoas que trabalham ao redor do mundo em questões de escravidão contemporânea.

Há quatro anos o frei Xavier Plassat, coordenador da Campanha Nacional da CPT de Combate ao Trabalho Escravo foi premiado pelo Departamento de Estado norte-americano com o chamado prêmio do Relatório TIP “Herói agindo para acabar com a escravidão moderna”. Plassat, portanto, também tem uma página com um perfil narrando sua trajetória, entre os heróis destacados no site. Para acessar o perfil de frei Xavier, clique aqui.

Segundo representante do Centro, “muitos desses heróis acabam sendo esquecidos pelo público pouco tempo depois de ganhar o prêmio. Queremos mudar isso, fornecendo um recurso que é continuamente atualizado com posts de blogs, artigos, vídeos,webinars, todos que se dedicam aos Heróis, destacando o seu trabalho e ajudando a ligá-los ao público e entre si”.

Mais sobre o site

Fornecendo biografias aprofundadas, uma série de recursos que podem ser filtrados por foco, país e região, o site oferece, ainda, um blog que é atualizado semanalmente com fotos e histórias que se relacionam diretamente aos Heróis do Relatório Tráfico de Pessoas. O site é uma ferramenta educativa valiosa para todos os interessados na abolição da escravidão na atualidade.

As pessoas que ganharam este prêmio são alguns dos melhores ativistas anti-escravidão que lutam pela liberdade no mundo todo. Atingindo todas as áreas do globo, e lutando contra todo o tipo de escravidão ou prática análoga à escravidão, estes Heróis servem de inspiração para todos os que desejam lutar pela liberdade.

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A CPT completa 40 anos


Ao lembrarmos os 40 anos da CPT, trazemos à memória fatos e datas que não podem ser esquecidos.

Há 40 anos, em 1975:
• Foi morto pela Ditadura Civil-Militar, em São Paulo, no dia 25 de outubro, o jor­nalista Vladimir Herzog. Sua morte gerou fortes reações que marcaram o início do desmoronamento do regime militar.

Há 35 anos, em 1980, foram martirizados:
• No dia 24 de março, Dom Oscar Ranulfo Romero, arcebispo de San Salvador, El Salvador;
• No dia 29 de maio, Raimundo Ferreira Lima, o Gringo, agente de pastoral e pre­sidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, PA;
• No dia 21 de julho, Wilson de Souza Pinheiro, liderança sindical em Basileia, AC;
• No dia 15 de agosto, José Francisco dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Correntes, PE.

Há 30 anos, em 1985, foram martirizados:
• No dia 28 de abril, irmã Cleusa Carolina Rody Coelho, religiosa agostiniana, defensora dos povos indígenas, em Lábrea, AM;
• No dia 24 de julho, Pe. Ezequiel Ramin, defensor dos “posseiros”, em Cacoal, RO;
• No dia 23 de outubro, Nativo da Natividade, líder sindical, em Carmo do Rio Verde, GO
• No dia18 de dezembro, João Canuto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, PA.

Há 25 anos, em 1990, foram martirizados:
• No dia 22 de abril. Paulo e José Canuto, filhos de João Canuto, em Rio Maria, PA

Há 20 anos, em 1995:
• No dia 9 de agosto, na Fazenda Santa Elina, em Corumbiara, RO, foram as­sassinados nove trabalhadores, inclusive uma menina de sete anos, no que foi chamado de Massacre de Corumbiara.

Há 10 anos, em 2005, foi martirizada:
• No dia 12 de fevereiro, Irmã Dorothy Stang, agente da CPT, em Anapu, PA.

“A CPT não é apenas uma Comissão Pastoral da Terra. A CPT é, sobretudo e fundamentalmente, uma Comissão Pastoral da Vida. Os caminhos abertos pela CPT ainda não estão plenamente decifrados. Nós ainda não conhecemos todas as implicações que a fundação da CPT teve, tem e ainda terá na história social de nosso país. Não só na história das classes trabalhadoras rurais, mas também no conjunto da história social, ainda, até por implicação, na história do Estado e na história das classes dominantes. O caminho não está plenamente percorrido. Por isso nós podemos dizer que a trajetória desse sol está apenas no começo. E o sol ainda não se pôs.” (José de Souza Martins, 1997)

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Fonte: CPT Nacional

Campanha Permanente de Solidariedade


Aos Amigos, Amigas e aos que acreditam nos trabalhos da CPT

“Dai, e vos será dado; será derramada no vosso regaço uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante, pois com a medida com que medirdes sereis medidos também”. (Lc 6, 38)

A CPT, preocupada com sua sustentabilidade político-pastoral e financeira, deliberou em seu Conselho Nacional o lançamento de uma Campanha Permanente de Solidariedade.  A contribuição daqueles e daquelas que comungam dos mesmos ideais de luta e transformação política, social e pastoral, poderão ajudar para que o trabalho realizado junto aos trabalhadores e trabalhadoras rurais há 36 anos, possa ter continuidade. Além disso, essa ação visa ser um instrumento que contribua no exercício solidário e alternativo de recursos para as futuras ações da CPT.

Sua contribuição pode ser efetuada na seguinte conta:
Banco do Brasil
Agência – 1610 – 1
C/C – 116.858-4
Comissão Pastoral da Terra
Bank Swift Code: = BRASBRRJBSA

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A campanha da fraternidade de 2015 e o poder-serviço

por Jacques Távora Alfonsin
Todos os anos, durante a quaresma, a comunidade cristã de todo o Brasil é convidada pela CNBB a participar de estudos e mobilizações planejadas e executadas, num espírito e fraternidade, para enfrentar problemas que afligem diretamente a vida do povo, especialmente a do mais pobre. Em 2015 o objetivo geral desta campanha é o de “Aprofundar, à luz do evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concilio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.”
O lema inspirador desse objetivo foi retirado do evangelho de Marcos, quando ele transcreve parte de um pronunciamento de Jesus Cristo: “Eu vim para servir”. Isolada do seu contexto, essa expressão pode ser entendida apenas como um ideal de disponibilidade, generosidade, bondade e desprendimento, típicos sinais de espiritualidade e religião. Acontece que ela está inserida num diálogo mantido por Jesus Cristo com dois dos seus seguidores (Tiago e João) que, por sempre ouvirem Jesus Cristo falar do Reino de Deus, pretendiam se habilitar às vantagens características de todo o exercício próprio do poder de um reino, ficar junto do rei e dominar.
Foram severamente repreendidos na frente de outros apóstolos chamados a ouvir a mesma coisa: “Sabeis que os que parecem dominar as nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Entre vós, porém, não deve ser assim. Ao contrário, quem de vós quiser ser grande seja vosso servidor e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos.”
Mesmo para quem não tem fé nem religião, o forte componente político desse discurso é suficiente para gerar dois efeitos atuais e revolucionários: o primeiro ataca diretamente, com poucas exceções, o poder da disputa encarniçada dos representantes de partidos políticos – cujos programas nunca esquecem de mencionar seus méritos em servir o povo – por dominar o que puder ser dominado, independentemente de qualquer escrúpulo ético, valendo tudo para isso, até as alianças mais espúrias, em nome da chamada “governabilidade”. O segundo é capaz de mobilizar as vítimas do mau exercício do poder-dominação político, para mudar esse modelo, desvelar a insinceridade dos seus programas, organizar-se em defesa de gente oprimida e reprimida, sem concessões a qualquer sistema sócio econômico e político que mascare sua dominação material com um arsenal de leis formais, sem nenhuma garantia para direitos sociais.
Para ilustrar o texto base da campanha, publicado pela editora Paulinas ele traz na capa uma foto do Papa Francisco lavando e beijando os pés de uma pessoa, como fez Jesus Cristo antes da sua última ceia com as/os suas/seus apóstolas/os. À profunda humildade do gesto corresponde a grandeza da fraternidade reverente dedicada à/o próxima/o necessitada/o e pobre.
Frente a um sistema de convivência como o do capitalismo atual, onde o que mais se entende como virtude é vencer, competir, passar as/os outras/os para trás e, se for preciso, enganar as outras pessoas, explorá-las para acumular dinheiro, esse gesto de Jesus Cristo, de puro poder-serviço, parece insano e humilhante.
Bem examinadas as finalidades do Estado, entretanto, da sua administração, de todas as leis e de todas as sentenças, não será somente para o serviço devido ao povo que tudo isso é montado, dirigido e julgado? Por que, então, esse tipo de poder se perverte em poder político de dominação, opressão e, muito frequentemente, pura repressão?
A campanha da fraternidade procura dar respostas a essas questões em plano prático, mostrando como o exercício da autoridade pública e o do poder econômico privado só podem acentuar as injustiças sociais que afligem o povo na medida em que exercem suas funções a serviço, é verdade, mas a serviço de si próprias, quando a soberba e o gosto da dominação e da exploração das/os outras/os domina todo o pensar, o sentir e o fazer desse delírio megalomaníaco.
A leitura de algumas exigências sociais clamando ontem e hoje por enfrentamento, atendimento e solução, indicadas na campanha, denunciam necessidades sociais há muito carentes de atenção e satisfação prioritária, mas relegadas ao esquecimento pelas pressões de não se abandonar a guarita vigilante sobre os avanços que as/os adversárias/os políticas/os estejam fazendo para conquistar qualquer pedaço do poder:
“A melhoria das condições de vida dos brasileiros ainda não se traduziu em melhorias nas condições estruturais de vida da população, sobretudo dos necessitados. Nesse sentido, é oportuno lembrar: a luta pela reforma agrária e as condições de trabalho no campo; as relações de trabalho que compreendem o salário justo e o emprego decente; o acesso à moradia. No caso dos indígenas, é urgente a demarcação dos territórios e a mediação nos locais onde existem agricultores que possuem título. No caso das comunidades quilombolas e comunidades tradicionais, é urgente que o poder executivo demarque os territórios e os proteja da especulação imobiliária. Outra urgência é estabelecer políticas públicas de inclusão social de milhares de excluídos. Estas situações requerem uma ação mais incisiva, pois envolvem situações estruturantes fundamentais do direito à vida e ao reconhecimento da dignidade humana. Além disso, ferem o bem comum e desestabilizam a justiça social, gerando exclusão e violência.”
Com providências reivindicadas com tal urgência, exigindo prontidão de trabalho, prestação de serviço inadiável, satisfação imediata de necessidades vitais do povo, esse não entende como tudo isso é permanentemente prorrogado por força de disputas de poder pelo poder, tão estéreis como a mó do moinho que mói a si mesma.
Embora seja provável que, nos próximos quarenta dias da quaresma, as políticas públicas e privadas de atendimento dessas demandas relembradas pela campanha das fraternidade fiquem todas reféns do que se está apurando na chamada operação lava-jato, uma coisa é certa: sem lavar os pés do povo necessitado e pobre, pelo respeito devido à efetividade dos seus direitos sociais, essa outra higienização poderá até levar muita gente para a cadeia, mas nunca alcançará força para libertá-lo de outra muito mais cruel e permanente, aquela que o mantém preso pela injustiça social contemporânea.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Carta da 38ª Romaria da Terra e o 10º Acampamento da Juventude

38ª ROMARIA DA TERRA E 10º ACAMPAMENTO DA JUVENTUDE
Carta às Comunidades

A 38ª Romaria da Terra e o 10º Acampamento da Juventude são frutos de meses de trabalho nas comunidades e nos movimentos, envolvendo inúmeras entidades, entre elas mais de 15 organizações juvenis, pastorais e movimentos do campo e da cidade. Para o enriquecimento da caminhada ecumênica, fizeram-se presente também os irmãos e as irmãs da Pastoral Popular Luterana. Embalados pelo dinamismo do Espírito de Deus, que nos chama sempre de novo a continuar na construção da justiça e da paz, da Terra Sem Males, de Um Outro Mundo urgentemente Necessário e Possível, da Civilização do Amor, da Cultura de Paz e do Bem-Viver.
Nesse espírito, nos dias do carnaval de 2015, de 15 a 17 de fevereiro, em torno de 500 jovens do Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina, estiveram reunidos no módulo esportivo municipal de David Canabarro, juntando-se aos demais milhares de Romeiros e Romeiras, compromissados/as com os valores e as causas da “Sucessão Rural Familiar, Políticas Públicas e Sustentabilidade Social”, que garantam que a Terra seja um dom para a vida e não objeto para negócio, como disse Deus a Abraão “Eu darei esta terra à sua descendência” (Gn 12,7) e que Sepé reafirmou na luta do povo índio contra a ocupação imperialista, bradando “Alto lá! Esta terra tem dono!”
Os/as Romeiros/as do 10º Acampamento da Juventude foram acolhidos/as com entusiasmo por uma equipe de jovens desde a madrugada do domingo, que prepararam com muito trabalho e amor, o espaço para o Acampamento e a Romaria. Logo todas as delegações se integraram e, com vibrante energia e alegria, com palavras de ordem, canções diversas e muito debate, foram reafirmando a disposição de serem sujeitos protagonistas de uma nova sociedade, justa, solidária, equitativa, plural e ecológica.
Refletimos sobre a realidade, ouvimos os clamores que brotam das mais diversas situações de exploração e opressão, geradas pelo sistema capitalista, sobretudo na presente fase neoliberal. Procuramos compreender os desafios que nos são colocados, aprofundando o processo de transformação, para que haja vida digna e abundante para todos e todas.
Neste debate percebemos que vários projetos estão em disputa. Todos se apresentam como caminhos de felicidade. Numa época em que vivemos muitas mudanças, ou mesmo uma mudança de época, precisamos compreender e discernir o que defende a vida, colocando no centro o respeito ao ser humano e à vida na Terra. Faz-se necessário resgatar os saberes tradicionais e populares libertadores de tantos povos, que até hoje resistem e ensinam valores fundamentais dos quais não se pode abrir mão.
A partir desta reflexão, celebrou-se em comunhão com as mais variadas expressões de fé, de organização popular e realidades juvenis, resgatando a caminhada das Romarias da Terra e dos Acampamentos das Juventudes. Dessa forma, foram consolidados e reafirmados os seguintes compromissos, como sinal de renovação da Aliança do povo com o Deus da Vida:
- Denunciar o sistema capitalista como intrinsecamente perverso, pois sua lógica de acumulação a qualquer preço, movido pela ganância, gera as divisões sociais, exploração, opressões diversas, sofrimento e morte.
- Defesa da democracia e do direito do povo brasileiro escolher o seu caminho.
- Lutar contra a privatização dos serviços públicos.
- Combater a desmoralização, a criminalização e a repressão dos Movimentos Sociais Populares e suas causas.
- Retomar e aprofundar a defesa da Reforma Agrária, condição inclusive para avançar na agroecologia e na agricultura familiar e camponesa.
- Denunciar o agronegócio como um sistema que tem como lógica o lucro e se sustenta na exploração do trabalho e dos recursos naturais, em contradição com a lógica da agricultura familiar e camponesa.
- Defender os diversos sistemas da biodiversidade e fortalecer a luta contra os agrotóxicos e as sementes transgênicas, valorizando um modelo de produção e consumo saudáveis, pelas práticas da agroecologia, sem ter medo de mudanças.
- Exigir políticas públicas para a produção, distribuição e consumo agroecológico, incluindo o apoio à transição de modelos.
- Fortalecer a política como a ação em favor do bem comum, essencial nos processos de mudança da realidade, e como uma forma eficaz de amor ao próximo.
- Investir no fortalecimento do trabalho de base e na aproximação dos explorados e excluídos.
- Lutar pela equidade de gênero reconhecendo o protagonismo das mulheres, sua participação nos espaços de poder e decisão de nossa sociedade.
- Garantir uma educação do campo e na cidade que valorize as especificidades do espaço geográfico e ao mesmo tempo implemente as políticas de educação inclusiva, de gênero e não-sexista.
- Respeitar e considerar justa toda forma de AMOR.
- Defender políticas públicas substantivas para a população trabalhadora, em especial para a juventude através de um processo de trabalho de base permanente.
 - Assegurar a participação da juventude e da população trabalhadora nos espaços de construção das políticas públicas e do controle social do Estado.
- Exigir o compromisso do congresso com o Plebiscito oficial por uma Constituinte Exclusiva e Soberana pela Reforma do Sistema Político.
- Construir novos espaços de formação permanente sobre a questão de gênero, envolvendo homens e mulheres, na perspectiva de superação de todas as formas de patriarcalismo, sexismo, machismo e violências contra as mulheres em todos os espaços da vida.
- Investir em formas de comunicação para garantir o direito fundamental à informação, que nos convoca ao engajamento na luta pela democratização dos meios de comunicação.
- Promover um processo de conscientização referente à demarcação das terras indígenas e quilombolas e o direito de produção dos pequenos agricultores. Considerando que tanto os pequenos agricultores, quanto os indígenas e quilombolas são vítimas do colonialismo, sendo que a união de suas forças é necessária para a garantia do acesso à Terra e às suas justas indenizações.
- Denunciar e combater a violência e o extermínio das Juventudes em especial da juventude pobre, negra e marginalizada.
- Exigir uma política nacional que reconheça os direitos dos atingidos pela construção de barragens. Lutar contra a construção de novas barragens, como a de  Garabi e a de  Panambi, pois queremos “águas para a vida e não águas para a morte”.
Animados e encorajados por tantas testemunhas que doaram suas vidas por estas causas, e, inspirados pelas palavras do Papa Francisco no encontro com os movimentos populares, que reafirma que “O amor pelos pobres está no centro do Evangelho” e que “Terra, teto e trabalho são direitos sagrados”. Acreditamos no Reino de Deus, cuja plenitude só se realizará quando não houver “nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”. Renovamos o desejo de que os bons frutos desta Romaria da Terra possam repercutir na vida de todas as nossas Comunidades de fé e de luta. 
David Canabarro, 17 de fevereiro de 2015

Notícias da 38ª Romaria da Terra no site da Arquidiocese de Passo Fundo
Clique AQUI para acessar.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Programa e Localização da 38ª Romaria da Terra e 10º Acampamento da Juventude

A 38ª Romaria da Terra acontece no dia 17 de fevereiro, terça-feira, a partir das 07h00min, em David Canabarro/RS e é promovida pela Comissão Pastoral da Terra do Rio Grande do Sul, CNBB Sul 3 e Arquidiocese de Passo Fundo.
A Romaria da Terra do Rio Grande do Sul é a segunda mais antiga do Brasil e é celebrada sempre na terça-feira de carnaval. Com um olhar atento para a realidade social, pauta diversas questões ligadas à terra, de forma especial valorizando os pequenos produtores, a agroecologia, o cuidado com a água e com o meio ambiente e a agricultura familiar.
Realizada pela primeira vez em 1978, a romaria passa por todo o Estado e chega pela quarta vez na região de Passo Fundo. A Arquidiocese já acolheu o encontro em 1982, na Encruzilhada Natalino; em 1986, na Fazenda Annoni; e no ano de 2000, em Casca.
Esta 38ª edição traz como tema motivador Sucessão rural familiar, políticas públicas e sustentabilidade e lema, a promessa de Deus a Abraão - Eu darei esta terra à sua descendência. Para dom Antonio Carlos Altieri, arcebispo metropolitano, “é uma oportunidade de refletirmos e traçarmos objetivos concretos em favor do povo de Deus que ao longo da história busca a Terra Prometida, direito e necessidade de todos”.
O pároco de David Canabarro, padre Edí Fávero, afirma: “Com muita alegria e esperança acolhemos a 38ª Romaria da Terra do Rio Grande do Sul. Uma verdadeira profissão de fé, porque caminhando como Povo de Deus que luta, podemos alimentar sonhos, reforçar utopias, debater problemas, buscar soluções e partilhar conquistas”.
O Acampamento da Juventude inicia no dia 15 e culmina com a Romaria no dia 17 de fevereiro. Para mais informações, entre em contato pelos telefones (54) 3045 9209 ou (54) 3045 9212, ou então nos e-mail: 
juventudepassofundo@yahoo.com.br ; p.sociais@pastoral.com.br.

Clique na imagem para ampliar.

Clique AQUI para ler a Oração da 38ª Romaria da Terra
Clique AQUI para acessar o site da Arquidiocese de Passo Fundo
Clique AQUI para acessar a página da 38ª Romaria da Terra
Clique AQUI para ler sobre o 10º Acampamento da Juventude

Mais informações:
CPT/RS: (51) 3344-4415 - cptrs@portoweb.com.br
Arquidiocese de Passo Fundo: (54) 3045-9240 - 3045-9204

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

38ª Romaria da Terra e 10º Acampamento da Juventude

ORAÇÃO
Ó Deus, criador e defensor da vida, somos teu povo em romaria, guiados por Teu Espírito Santo e fortalecidos pelo Evangelho de Teu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Seguimos nossa caminhada confiantes na promessa que fizeste à Abraão. Mas, enquanto construímos o altar da vida, vemos a terra sendo explorada com produção transgênica, monocultura e aplicação de venenos, usada como moeda de especulação financeira e palco de disputas entre teus filhos e filhas. Não é isso que queremos, não é esse o desejo de nossas famílias, não é esse o sonho da juventude. Queremos, sim, o teu Reino de justiça, paz e sustentabilidade.
Por isso, nesta 38ª Romaria da Terra, com o 10º Acampamento da Juventude, fortalecemos nossas convicções, nos comprometendo com tua causa, no testemunho do Evangelho, garantindo que esta terra passe de geração em geração como lugar de convivência, amor, ternura, justiça, paz, alegria, saúde, esperança e produção de alimentos com equilíbrio ecobiológico. 
Senhor, Deus da vida, como gesto de gratidão, louvor e ação de graças por tua promessa, nos engajamos na luta por políticas públicas de sustentabilidade e de respeito com todas as tuas criaturas. 
Obrigado, Senhor, por nos chamar para mais uma romaria da terra e reunir tua juventude em oração, trocas de experiências, aprendizado, convivência e mobilização.
Somos teu povo a caminho e Tu és nosso Deus para sempre.

Amém! Axé! Awere! Aleluia!

Agricultores da Comunidade S. José, em Rio Pardo, diversificando a produção

Agricultores da Comunidade S. José, no Passo da Areia, em Rio Pardo, diversificando a produção! Em resposta a chamada pública do MDA diversas famílias do interior do município estão começando um processo de três anos na busca da diversificação das propriedades e da agroecologia.

Clique AQUI e confira a entrevista com o agrônomo Alexander e a agricultora Leda Silva.